Os leprosos

A primeira etapa deste post ainda tem a ver com o passado recente e, o que vou aqui colocar está baseado em informações.

Em primeiro lugar, dizer que o nosso doce Portuga, desde o final da temporada passada, após uma infinidade de conquistas, tinha em mente o retorno para Portugal ou, para um país próximo. Como não houve nenhum convite acabou aceitando a proposta do Flamengo para renovação, porém, colocando como item insuperável uma multa baixa que não fosse fator impeditivo para uma transferência a qualquer momento.

Que ninguém se iluda. Os nossos dirigentes, mesmo com o contrato de Jesus renovado, sabiam da possibilidade efetiva de perdê-lo.

Antes que alguém imagine que estou fazendo uma introdução para criticar, deixo claro que entendo e admito que não havia outro caminho.

Era pagar pra ver e contar com a sorte. Infelizmente, deu errado, com o Benfica entrando no circuito. Aos 65 anos, idade em que as reflexões de vida são aceleradas e, somando-se a pandemia, a decisão do doce Portuga era óbvia.

Tipo do tema que chega ser irritante se procurar culpados, até porque, o produto final, o resultado prático desta convivência, foi algo extraordinário, inimaginável.

Que aqui ninguém tenha a consciência pesada, pois está claro que o possível foi feito.

E, que o nosso doce Portuga conclua o seu ciclo profissional com muitas conquistas. Com certeza absoluta, o Flamengo está tatuado na sua alma.

Agora, o futuro. Ontem comentei no grupo rubro-negro composto por irmãos de vida que adoraria saber sob que critério será escolhido o novo treinador e a nova comissão técnica. Quem decide? O vice de futebol? O presidente? O vice de relações externas? Todos juntos, mas com que peso para cada um?

Na sequência, vamos ter que conviver com os candidatos. O fato a ser considerado é que nas mais variadas listas, dos mais variados veículos de comunicação, apuradas junto aos nossos dirigentes, não há um único treinador brasileiro.

Gozado, parece que treinador brasileiro virou leproso. Ninguém quer por perto…

Aí surgem os questionamentos. Será que os treinadores tupiniquins ficaram pra trás? Será que estão ultrapassados? Desatualizados? Deixaram de estudar? São retranqueiros incorrigíveis?

Nunca fui radical. Jamais optei pelos extremos. Sempre fui partidário do equilíbrio e, como tal, tenho a clara sensação de que há uma dose acentuada de modismo no quadro em questão.

Se o tema “estar atualizado” fosse discutido décadas atrás, até faria sentido, mas discutir “estar atualizado” quando estamos globalizados, quando o espirro europeu chega em qualquer lugar do mundo em frações de segundo?

Pois é… como todo modismo, remar contra a maré é complicado. Anotem aí: tudo só voltará à normalidade quando alguns estrangeiros derem com os burros n’água por aqui. Até porque, não se encontra um Jorge Jesus em cada esquina de Portugal, Espanha ou Itália…

Passaporte estrangeiro não credencia ninguém.

Que acertemos na mosca. De novo!!!