Hora de reagir

A Conmebol passou do ponto.

Não bastasse, em um continente pobre, sem malha ferroviária – e um desastre na rodoviária, além de deficiente na aérea, por puro espírito de macaco de imitação, a nossa entidade que comanda o futebol na América do Sul, decidiu, na canetada que, a final da Libertadores, a partir deste ano, será em jogo único, em local pré-determinado.

Claro que para estes dirigentes, que desfrutam de brutal mordomia, nada muda. É só pegar o jatinho privado, os carrões com batedores, os hotéis seis estrelas e, estamos conversados. Os torcedores, simples mortais, sem grana, sem trem, sem ônibus, sem hotel, que se danem…

O inacreditável foi constatar a passividade das federações nacionais que, como cordeirinhos, se curvaram e engoliram caladas tamanha barbaridade.

Para quem imaginava que o repertório de equívocos estivesse esgotado, a Conmebol, se superando, sem nenhuma explicação, dá nova canetada, desta feita determinando que só os clubes que estejam disputando, em seus respectivos países, a primeira divisão, poderão participar da Libertadores e da Copa Sul Americana.

Para começar, esta Conmebol (nome horroroso) está enfiando o bedelho onde não lhe compete. Se o Brasil tem, por exemplo, seis vagas na Libertadores, a CBF e os clubes brasileiros é que têm que decidir, internamente, quem serão os nossos representantes.

E, para terminar, esta canetada é odiosa, anti-democrática, elitista e covarde.

Não vou aqui nem me ater a fatos passados que demonstram este absurdo, como o caso do Palmeiras que ganhou a Copa do Brasil e, no mesmo ano foi rebaixado para série B, fato que já deixaria a Conmebol sem saber o que fazer.

O que quero mesmo é alertar, no sentido de que, às Federações nacionais comecem a reagir, já que, até agora, têm sido cúmplices, por omissão, nestas barbaridades cometidas pela Conmebol.

A CBF, pela força política e econômica que representa o futebol brasileiro, tem a obrigação de levantar a bandeira do bom senso, indo até as últimas consequências.

Em síntese, a Conmebol está entrando na nossa casa, determinando que móveis e quadros devemos utilizar. Que negócio é esse? Como dizia minha avó Corina, “quem muito se agacha, a bunda aparece…”.

Melhor peitar agora, antes que seja tarde demais.