Poesia pura…

Como não registrar, reverenciar e comemorar, talvez, o mais marcante dia de toda história do futebol brasileiro.

Em meio a inúmeras conquistas, o tri do México tem uma magia incomum, atingindo em cheio os corações mais cansados e, da mesma forma, os que estão tinindo, no embalo do frescor da juventude.

Em 1970, durante a Copa, estava completando um ano de Rádio Tupi. Tive a honra de ser o repórter responsável pela cobertura da primeira convocação de João Saldanha, ainda para as eliminatórias, na TV Continental, em Laranjeiras. Ali, começou a campanha do tri. Aliás, naquele momento foi plantado o espírito de time vencedor que teve sequência com Zagalo, ao seu jeito, tão genial quanto João.

A partir dali, cobria diariamente a Seleção Brasileira, com matérias maravilhosas no Itanhangá e no Retiro dos Padres. Não fui à Copa por dois motivos: estava começando – dois anos de Rádio – e, não bastasse isso, pelo fato das transmissões serem em pool, muito mais difícil estar selecionado.

Após a conquista, voltei a ter contato com os nossos heróis no dia da chegada. Do aeroporto do Galeão, a delegação seguiu para o Hotel Plaza Copacabana, onde lá estava eu, pronto para entrevistar a turma toda. Foi um show! A comemoração varou a madrugada e, tive o privilégio de registrar um sem fim de momentos marcantes.

Dalí em diante me tornei amigo – amigo mesmo! – de alguns daqueles geniais jogadores que nos proporcionaram, talvez, como torcedores, nosso mais sublime encontro com a Seleção. Papel, Carlão, Papa e PC – Félix, Carlos Alberto, Gérson e Paulo César – passaram a fazer parte e, com que honra, dos meus amigos de vida.

Aliás, neste 21 de junho de 2020, Paulo Cesar está completando 71 aninhos. Que coincidência. Aniversariar no dia dos 50 anos da nossa mais emblemática conquista. Vida longa PC, querido. Que Papai do Céu continue apaixonado por você.

Félix foi uma das mais doces figuras que conheci no futebol. Quando o Fluminense vencia o Flamengo, sabedor da minha paixão, tinha a delicadeza de me confortar.

Carlos Alberto foi um companheirão. Amigo de sempre, como jogador, treinador e, companheiro de um programa de rádio que marcou época. Amigão!

Gérson, um caso à parte. Primeiro, por ter sido ele o meu primeiro ídolo. Segundo, por ter sido o responsável direto pela minha opção pelo jornalismo. Terceiro, por termos sido companheiros de rádio, viajando juntos o mundo todo. Quarto, por ter sido um notável companheiro de grandes e inúmeras peladas. Aliás, nas peladas, em homenagem e paixão por ele, sempre usei a camisa 8. E por fim, família. As nossas famílias estão juntas e convivem até hoje.

Desculpem ter deixado o coração me levar, mas é incontrolável…

Viva esta Seleção incomparável que mudou o patamar do futebol e do jogador brasileiro!

O momento foi tão especial e mágico que pôde proporcionar ao Rei do Futebol um final de filme como um Rei merece. Embora com todos brilhando, foi a Copa do Rei Pelé.

Como é bom recordar tanta coisa boa. Estávamos meio desabituados…

Relendo o texto senti falta de algo importante. Caramba! Como esquecer de incluir Rivelino no rol “dos amigos para sempre”?

Perdão Riva. Pressa e memória, que nunca foi boa, comprometem a verdade e o sentimento de justiça.

Você, além de gênio, foi um companheirão e, continua sendo, o que muito me honra, um grande amigo.

Te amo!!!