O novo treinador

Entendo e admito o modismo, até porque, desde que nos entendemos por gente, faz parte do nosso dia a dia. O que é moda ou tendência, hoje, pode ser considerado fora dos padrões lá na frente, bem como o que arrasou anos atrás pode ser visto, hoje, como brega.

Enfim, do nada, a coletividade decreta o que faz sentido para o momento. E, ponto!

Não sei se o noticiário corresponde à realidade, mas o que se comenta é que o item número um para se encontrar nosso próximo treinador é que ele seja estrangeiro.

Claro que o sucesso de Jorge Jesus tem enorme influência nesta forma de pensar. O noticiário dá conta de que o roteiro dos nossos dirigentes, à caça do novo Mister, começa em Portugal, passa pela Espanha e pode chegar até a Inglaterra.

A jornada é complicada e pode ser longa. Há, segundo li, alternativas no continente sul-americano, como tentar os treinadores do River, Marcelo Gallardo, ou do Independiente Del Valle, Miguel Ángel Ramírez, que é espanhol e tem apenas 35 anos. Já Gallardo dirige um clube de ponta no continente e, suponho, deva ter um contrato bem amarrado.

Também é bom não esquecer de dois pequeninos detalhes. O primeiro é que vivemos o mundo novo da pandemia, onde qualquer pessoa de bom senso, do Brasil, quer distância. O segundo é o lembrete de que o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores vão começar daqui a pouquinho.

O que quero dizer? Que o modismo não pode estar à frente da realidade. Precisamos de um treinador e de uma comissão técnica, ONTEM!

Parênteses para duas avaliações de nomes cotados. O auxiliar técnico de Guardiola por dez anos, Domènec Torrent. Pergunto: Se fosse bom, já não teria virado treinador?

Agora, o jovem treinador de 35 anos do Independiente Del Valle. Será que o estagiário que fala espanhol, que de experiência só tem o Del Valle que, no mapa do futebol pouco representa, não é um grande risco?

Ia passando batido. Bom lembrar que temos o melhor elenco do futebol brasileiro e, que com todo respeito a todos os treinadores, vale a máxima genial de Otto Glória: “sem ovos não se faz omelete”. Ou seja, sem jogador bom, não há treinador que dê jeito. Jorge Jesus + um timaço + a mais espetacular torcida do mundo = uma sintonia fina que jamais vi igual. Neste momento, para recomeçar a vida em época de corona, do tripé mágico restou o timaço.

A nossa incomparável torcida anseia pela vacina rápida e para que o bom treinador chegue logo.

Como não sou de ficar em cima do muro, se não for possível, por tudo que aqui já foi colocado, se contratar um técnico estrangeiro de ponta, ao invés de inventar e arriscar, muito melhor sair de JJ para RC. Este RC a que me refiro não está na Urca. Está em Fortaleza.