(Patrícia de Melo Moreira/AFP))

Estamos atrasados e, possivelmente, equivocados

A diretoria do Atlético Mineiro saiu bem na frente. Certo de que o seu treinador seria o mesmo para a temporada 2022, no início do segundo semestre deste ano já trabalhava para reforçar o time, o que efetivamente conseguiu. Fechou o ano com dois títulos nacionais, bateu na trave na Libertadores e ficou mais forte ainda para os desafios do ano novo.

O Palmeiras teve que esperar a eleição para traçar o seu rumo. Presidenta eleita, mão na massa, anunciando salutar renovação no elenco para a próxima temporada, onde os que não têm condições de ajudar na nova caminhada, com todo sentimento de gratidão externados, foram dispensados.
No futebol, o único amor deve ser voltado ao clube. Os laços afetivos entre dirigentes e jogadores, criados em jornadas memoráveis, se não dominados, inevitavelmente, irão comprometer o futuro.

Aí entramos na dança. Como é que contratos de jogadores, que deixam a certeza de que o tempo deles se esgotou, são renovados até dezembro de 2022?
Não seria mais prudente – e lógico – definir o comando técnico para o ano que vem e, após isso, anunciar o elenco? Por que esta precipitação? Atitude de gratidão pelo passado recente? Acho que é por aí. Como ser humano, até entendo. Como ex-dirigente, respeitosamente, divirjo.
Os salários dos jogadores que sinalizaram claramente neste ano que pouco poderão contribuir no ano que vem chegando, somados, poderiam representar aquisições importantes para a briga pelos títulos.

Duvido que alguém goste mais do doce Portuga do que eu, mas será que não estamos perdendo tempo, tentando o que está claro ser impossível no momento?
E, pior. Na impossibilidade do sonho, ir para a segunda prateleira de treinadores portugueses.
Claro que pode ser que haja quem não concorde, mas perdemos oportunidade de ouro não fazendo proposta firme pelo argentino Galhardo.

Enfim, torcendo para estar totalmente equivocado, ando muito desconfiado deste ano rubro-negro que está batendo à nossa porta.