Acabo de receber via e-mail a mensagem do companheiro Eduardo Bisotto, cujo ponto de partida foi o post, cujo título é “PREOCUPAÇAO“.
As colocações de Eduardo Bisotto são, como sempre, pertinentes e objetivas. Vale a pena ler.
Olá, Kleber. Tudo bom? Li o seu post de hoje, o Preocupação, sobre a falta de pegada na comunicação do Flamengo. Você foi direto na fonte do problema: não tem um dirigente ou um jogador capaz de gerar buzz, a viralização da era das redes sociais, a boa e velha polêmica que alimenta as discussões de botecos por séculos e fortalece a marca. Entendo e concordo plenamente. Mas como além do jornalismo tenho trabalhado com marketing político há um bom tempo e com redes sociais nos últimos anos, resolvi fazer uma análise com calma da comunicação do Flamengo e mandar os palpites por e-mail.
Primeira coisa que notei: tanto no Facebook quanto no Twitter, as duas maiores redes sociais da atualidade, a comunicação do Flamengo é absolutamente burocrática. Não há criatividade, não há conteúdos interativos, aliás, não há interatividade nenhuma. Me parece ser feito por jornalistas tradicionais. Nas internas, quando falamos sobre este tipo de comunicação, costumamos cornetar que jornalistas tem uma facilidade imensa em transformar redes sociais em depósitos de releases. E é tão somente isso que as redes do Flamengo são: depósitos de releases.
Tem 6 ou 7 vídeos diferentes de treino no Twitter, por exemplo. E aí eu me pergunto: o quê isso adicionou pro torcedor? O quê agregou de valor pra marca? Por quê o torcedor viralizaria um conteúdo assim? Um vídeo bem feito e bem editado, uma declaração do técnico, do Guerrero, algo assim, teria infinitamente mais potencial.
Outra bizarrice, tanto no Facebook quanto no Twitter: conteúdo exclusivo pra Sócio Torcedor. Eu sei a importância imensa que tem o ST para o clube, sei que é o modelo do Barcelona, mas pra começo de conversa, estamos no Brasil. Primeiro é necessário fidelizar o torcedor, numa relação íntima com o clube. E isso as redes sociais do Flamengo (como aliás de 99% dos clubes brasileiros) não oferece. Depois transforma-se o torcedor em Sócio. E certamente os benefícios pra ele devem ir muito além de um conteúdo exclusivo em rede social.
Rede social é media mass, é pra falar com o povão. É tevê aberta, não por assinatura. Lá no barraco da favela, as pessoas tem celular com WhattsApp e acessa redes sociais. Mas não tem grana pra pagar o ST. Vai se descartar este torcedor, pura e simplesmente? Vale ressaltar que aqui também vai certa miopia do departamento de marketing: este torcedor pode consumir. Mas certamente não é o mesmo tipo de consumo que as classes A+B, focos maiores dos programas de ST vão consumir. É preciso ser criativo e criar produtos do tamanho do bolso e com o perfil majoritário da torcida. Ganha-se em escala, não em preço. Estamos falando da maior torcida do país, uma das maiores da Terra.
Agora deixemos o Twitter de lado, uma rede social diferenciada, que no Brasil oscila entre canal de comunicação de jornalistas e espaço para bate-bocas e migremos para o Facebook, rede que mais engajou e se adequou à cultura brasileira. Contei 16 posts em um espaço de 10 horas. Se fosse conteúdo de excelência, diferenciado, com alto potencial viral ou de engajamento, até faria sentido. Mas com uma comunicação burocrática, engessada e absolutamente tradicional, o resultado é um só: diminui brutalmente o engajamento geral da página e isso acaba por diminuir o próprio alcance das postagens.
Veja o nível do ridículo: uma postagem daquelas bizarras “exclusiva para Sócio Torcedor”, com uma entrevista do Arão, teve 15 compartilhamentos. Isso numa página com 10.579.789 milhões de curtidas. É de partir o coração de qualquer gestor de redes sociais.
Finalizo porque minha análise já tá virando um textão chato. O correto seria, antes de mais nada, definir uma estratégia de comunicação clara. E isso, obviamente, tem que ser feito pelos gestores do clube, Presidente e Diretores à frente. Em seguida, chama-se o Diretor da área e se transmite a estratégia, cobrando que ele apresente ações táticas concretas que gerem uma comunicação minimamente eficaz. E estas ações táticas só deveriam ser pensadas a partir de uma ampla pesquisa, monitorando as redes, dissecando o perfil dos seguidores, segmentando-os e compreendendo-os em profundidade. Ferramentas de monitoramento existem pra isso.
Por fim, um argumento que valida a sua tese da importância do ídolo. Com toda a rejeição que vem sofrendo, com a seca de gols terrível e com a má-fase que o Guerrero vive, ele ainda gera um barulho enorme. É o único post com alguma repercussão à altura do tamanho global da página (e do próprio Flamengo): o vídeo com o recado dele pra torcida no retorno tem mais de 195 mil visualizações. Para o bem e para o mal, o grande jogador, ainda que apenas na expectativa e esperança da torcida, acaba sempre gerando repercussão. Certamente valeria o mesmo para dirigentes de alto gabarito, como você citou em seu post.
Um abraço,
Eduardo Bisotto
Não vou me alongar.Mais um adolescente desses que usa o Faccebook para difundir alguma marca faz um trabalho melhor do que este grupo que está lá.
Lendo o post, fico assustado e consciente do tamanho do despreparo de todos os atuais dirigentes do Flamengo. Que passem logo.
Srn
Olá, Kleber! Fico feliz que tenhas gostado do diagnóstico e das sugestões.
Mario, só uma pequena correção: faz tempo que deixei a adolescência para trás. Ainda não decidi se feliz ou infelizmente. De qualquer modo, fico feliz que nossos diagnósticos coincidam.
Forte abraço a todos!
Discordo totalmente deste post. O Sr Bisotto não deve ter pesquisado bem sobre as redes sociais do Flamengo. No Twitter oficial o Fla interage muito com os torcedores, muita das vezes faz competições que presenteia o vencedor com camisas oficiais além de brincar com os torcedores (fazendo piadas, de assuntos que os torcedores estão discutindo) . E para mostrar total desconhecimento do Sr Bisotto em relação à comunicação do Flamengo o Clube dispõe de um canal no YouTube que trás”Novidades” um exemplo claro è os vídeos brincando com o lateral Rodiney “Embaixador de Tatuí”. Desde que o Antônio Tabet assumiu à comunicação do Fla e reformulou a TvFLA o canal do clube teve um crescimento gigantesco com mais de 140 mil inscritos.
Sempre acompanho o Blog e gosto das discussões que temos aqui porém esse post mostra um total desconhecimento do autor em relação ao assunto proposto.
Um Abraço
SRN
Oi Rodrigo,
Assim como o Eduardo Bisotto, também trabalho com comunicação em redes sociais e concordo inteiramente com ele. O potencial de uma rede social movida por paixão, e que contém mais de 10 milhões de seguidores apaixonados, é muito mal explorado pelo clube.
Distribuir camisa e fazer piadinha no Twitter não exemplifica exatamente um bom exemplo de comunicação em redes sociais. Queria ver esse crescimento de 140 mil pessoas no Sócio Torcedor, onde há de fato necessidade de despender algum e$forço. Num canal do youtube, de um clube com essa quantidade de sócios, acho um crescimento pífio.
Uma coisa é você torcer para que seu clube se comunique da forma mais adequada, interpretando essa comunicação muito mais com paixão, que com razão. Você tem todo o direito de discordar, mas afirmar que o Eduardo Bisotto desconhece o assunto é um atestado de falta de conhecimento seu sobre o tema.
O Sr. Bisotto é um especialista que sabe o que está falando. Já nosso responsável pela comunicação é apenas um comediante que torce pelo mesmo time que nós dois, mas nada entende de planejamento. Aliás, ele surgiu por meio do site Kibe Loco, onde lá ele nada criava, somente copiava, ou, em linguagem das redes, “Kibava” conteúdos de terceiros. Exatamente como piadinhas e distribuição de camisas no Twitter, nada de original, nada criativo, tudo copiado de outras ações.
Muito obrigado pela compreensão, Fabio. Compartilhei este post no meu Facebook e fui informado por um amigo que o atual diretor de comunicação do Flamengo é Antônio Tabet, criador do KibeLoco. Logo, estamos falando de um especialista, que realmente manja muito do assunto.
Na minha resposta ao comentário lá no Face, falei que me chocava profundamente saber que alguém deste gabarito técnico produza redes tão pobres para seu clube do coração. Mas compreendo isso pelo modelo de gestão dos clubes brasileiros: Tabet, assim como os demais diretores, é um diretor amador, ou seja, não remunerado. Certamente despende maiores esforços e tempo em suas atividades profissionais diárias, que lhe remuneram, do que no clube, onde atua como voluntário.
O Kleber, tempos atrás, fez um post sobre esta hipocrisia do mundo do futebol, onde dirigentes que tratam de um negócio bilionário não recebem moderação. É mais um caso que mostra a razão do Kleber.
Mais uma vez, obrigado pela compreensão.
Forte abraço!
Amigo Bisotto, mesmo que o Antônio Tabet tenha que dispor de seu tempo para afazeres pessoais, como o Kibeloco, do Porta dos Fundos, lançamento do filme ‘contrato vitalício’ e dublagem do ‘Procurando Dory’, e devo dizer que gosto muito dos trabalhos dele Off-Flamengo, é preciso analisar a estrutura atual do Fla.
Ele possui uma série de funcionários remunerados, incluindo um diretor-executivo, da mesma forma como o Godinho tem o Rodrigo Caetano para auxiliá-lo. Sendo que ele, além do diretor executivo, ainda possui outros 2 gerentes. Fora isso, o conselho gestor do Flamengo também traça estratégias e cobra resultados dele e há reuniões semanais. Então, não é alguém que nas horas vagas vê o que pode ajudar. Os resultados, bons ou ruins, não podem ser atribuídos à falta de tempo dele.
Bem colocado, Daniel. Não sabia de toda esta estrutura à disposição. Sendo assim, você está coberto de razão: não é a falta de tempo a responsável pelo problema.
Abraço!
Companheiro programa de Sócio Torcedor è responsabilidade do Marketing. E não se pode comparar com Rede Sociais que são mecanismos gratuito. Já o número de inscritos no YouTube isso é um excelente número em comparação ao que se tinha antes do Tabet assumir.
Amigo eu estou dando essa opinião apenas como torcedor ( leigo na área de comunicação) mas como você e o Bisotto trabalham na área de comunicação poderiam dar exemplos de boas administração além fazer algumas sugestões de o que deveria ser feito no Flamengo.
SRN
O potencial da marca do Flamengo é gigantesco, mas antes de criticar, gostaria de ler um relato sobre outros clubes grande do país e como eles usam suas redes sociais. Ainda vejo uma pequena interação com o público em todas as esferas.
Como sugestão às redes sociais do Flamengo: respondam os comentários ou deem uma satisfação a quem comenta ou sugere algo no Facebook. No Twitter até fazem isso, mas nas demais redes não.
Henrique, eu nem atiro pedras e nem aplaudo de pé a atual comunicação do Flamengo. Já vi alguns relatos e até entrevistas com o Antônio Tabet (que não está nem a 1 ano como VP de comunicação) e o que ele encontrou em nossa comunicação era terra arrasada. Comparado ao que ele encontrou, melhorou muito. Porém aquém do que o Flamengo merece e tem potencial.
Verdade o que o Tabet vêem fazendo com a TVFLA è digno de aplausos.
SRN
Henrique, falei muito en passant no texto: é na casa dos 99% dos clubes brasileiros este problema na área de comunicação. Profissionais com visão tradicional, ultrapassada, utilizando referências do século passado, acabam sendo os grandes responsáveis. Os caras se matam por uma notinha em uma coluna de jornal que hoje meia-dúzia lê e ignoram o potencial de chegarem a milhões de pessoas via redes sociais. É uma pena.
Só fiz a análise de caso do Flamengo no sentido de contribuir com a discussão levantada pelo Kleber no post Preocupação e por considerar que o maior do Brasil e um dos maiores do mundo pode ser a referência na área. Certamente que se a comunicação do Flamengo mostrasse um upgrade, isso contribuiria para elevar o nível em todo o futebol brasileiro.
Forte abraço!
Caro Kleber! Boa abordagem do tema de ontem e que abriu espaço para um novo post. O Eduardo Bisotto é realmente muito inteligente e colocou de forma cirúrgica algumas oportunidades que poderiam fazer parte de um cardápio cada vez mais a altura do Flamengo no campo do marketing. O Flamengo é uma mega marca, a maior do Brasil e uma das maiores do mundo. Somos a segunda maior nação do país, pois, imagino que a primeira é da seleção brasileira. Sou sempre da opinião que devemos ouvir as boas sugestões e filtra-las no sentido de criar um campo de força capaz de nos deixar ainda mais robustos. A sabedoria nos ensina que precisamos ouvir, pois, mesmo que fossemos a maior referencia de marketing do Brasil, não haveria nenhuma restrição em se criar o algo mais. O marketing envelhece rápido e sua dinâmica nos obriga a sempre inventar uma forma diferente de vermos com muita simpatia aquilo que vamos nos cansado de ver e sentir. Parabéns Eduardo. Parabéns ao Kleber pela grandeza de abrir debates desta envergadura. Concordar ou discordar, fará sempre parte desta bela turma que sempre acompanha o blog. Isso é o respeito que virou nossa marca e nosso maior marketing. SRN
Francisco, quem lhe deve os parabéns sou eu. Comentário com opiniões muito bem colocadas. A ideia foi justamente o quê você identificou: contribuir com o debate no sentido da valorização de uma das maiores marcas esportivas do mundo. Por isso gosto tanto deste blog e do Kleber. O nível é sempre muito alto. Um prazer imenso participar.
Forte abraço!
Caro Eduardo Bisotto,
sou leigo no assunto, ainda que seguidor do Twitter e Facebook do Flamengo. Sugiro que faça chegar seu artigo até o VP de Comunicação do Flamengo e aos profissionais da área. Assim, eles podem avaliar e adotar algumas sugestões.
Eu sei que o Gerente responsável pelas mídias digitais é o Ricardo Taves, ex-profissional do Corinthians.
Desde que Antonio Tabet assumiu a VP de Comunicação, no final de 2015, percebi uma melhora especialmente do Twitter e da FlaTV. O Twitter às vezes interage com os seguidores, já sorteou prêmios, o Flamengo fez um acordo de patrocínio com uma empresa para divulgar a escalação do time antes das partidas.
A FlaTV produz vídeos interessantes de bastidores das partidas de futebol, cobre os Esportes Olímpicos, realiza entrevistas com ex-jogadores. Já aumentou muito o número de seguidores.
Acredito que seja o início das mudanças na Comunicação do Clube
Abs
Gil
Concordo em gênero e número com Biscotto, pois a comunicação do Flamengo ainda é muito falha.
Se repararmos, estamos em plena olimpíada e poderíamos nas redes sociais, fazer campanhas e publicações em outras línguas (idem o Barcelona, que faz postagem até em português), alavancando a integração.
E em comparação com esse mesmo clube, nós a maior torcida do mundo, possuímos apenas 10k de seguidores no Facebook, contra 90k daquela. Entendo que o Barcelona tem uma marca muito forte, mas poderíamos estar melhor, pois além de futebol, somos regata e um clube olímpico.
Pra fechar, deixo uma sugestão de leitura do texto (google): “Flamengo anuncia novo sistema de gestão – Posted by Thauan Rocha | jun 17, 2016”, que de uma forma engraçada ironiza essa falha na comunicação.
*Kleber quando vamos falar do estádio? Esse dará o que falar.
Retificação:
10k leia se: 10.000.000*
90k leia se: 90.000.000*
*aproximadamente
Como era antes de 2013 ??? Maravilhoso ???
A resposta certa é que tudo que hoje ainda está ruim era INFINITAMENTE pior.
Eu concordo com alguns POUCOS aspectos, porém quando lembro da PENúRIA que era o FLA a poucos anos em PRATICAMENTE TUDO, desde a estrutura, as finanças e aos esporte/S no GERAL. Eu ñ tenho como ñ reconhecer que as MELORIAS em TUDO que estavamos MEDIOCRES foi IMENSA.
Eramos o CLUBE ridicularizado inclusive pela MíDIA e nas REDES SOCIAIS.
Parece que ninguém assistiu o recente DEPOIMENTO de Muricy sobre o FLAMENGO e as TRANSFORMAçOES .
Discordo de praticamente tudo que ele escreveu, prova que nao acompanha bem as midias do Flamengo.
O povao como ele disse nao vai no facebook atras de muito conteudo, quer foto, video, uma frase.
o resto é mimimi de quem gosta de cornetar.
Pelo que sei o Eduardo realmente não acompanha direto as mídias rubro-negras, pois é torcedor do Internacional, mas é um profissional de comunicação, isento, muito esclarecido e bem articulado. Sempre admirei muito suas colocações, e sou muito mais leitor que comentador por aqui…
Creio que a opinião dele tenha tido o intuito de levantar uma discussão positiva e construtiva. Que levemos a conversa dessa forma.
Saudações (sem mimimi)!
Sr. Bisotto.
Parabéns, belo comentário.
Falta profissionalismo ao clube, investir em pessoas capazes. Todas envolvidas com mkt esportivo. Fazer publicidade e jornalismo, todos os clubes fazem.
Temos que ser os melhores, temos público, uma verdadeira nação, loucas por notícias, vídeos, sorteios, brindes, ativações, falar com o jogador, deixar o seu recado, elogiar, dar bronca.
Só aqui nessas palavras podem surgir grandes ideias. Não podemos deixar de lado quem não pode ser sócio torcedor. Por onde andam nossas embaixadas.
O Flamengo joga domingo aqui em Natal e até agora nenhuma ativação do clube, dos seus parceiros, dos seus patrocinadores.
O Clube pouco envolve seus patrocinadores na jogada, tem um caminho de mão dupla. Nossas redes sociais precisam ser reinventadas. Nossa marca melhor explorada.
Que se crie um canal de informações, muitos torcedores podem e querem ajudar com ideias. Temos que ter mais ação e investimento. Chega de Tio Patinhos da Gávea…
Abs de Natal. Sr. Kleber e Bisotto
Com todo respeito ao texto e a quem o escreveu , mas achei pura baboseira e não concordo com nada. O Flamengo nunca precisou ser “polêmico” para ser Flamengo. E não é por causa de uma rede social que o cara vai virar torcedor do clube, isso só acontece com resultado de campo.