(Foto: KAI PFAFFENBACH / REUTERS)

Domingo de videotape

Os mais jovens, certamente, não estão familiarizados com o tema que, nós mais adiantados no tempo, temos uma noção exata do que seja.

Fato é que, todos nós rubro-negros ainda estamos com todas as imagens do jogo na cabeça e no coração.

As imagens variam. Pelo WhatsApp, conversava com meu querido amigo Michel Assef que, pela TV, viu o que a distância não me permitia no estádio. Ambos entendemos que as substituições foram fatais para o Flamengo. Quando saíram Arrascaeta e Éverton Ribeiro, o Liverpool tomou conta do jogo. Cheguei a afirmar que, sem Éverton Ribeiro o Flamengo perde o motor. Vira um barco a remo.

Quando coloquei que esta substituição pode ter sido por cansaço, Michel me informou que, na TV, ficou flagrante o aborrecimento de Éverton Ribeiro em ter sido sacado.

Tenho muito cuidado com este tipo de crítica, pois, em 1974, na Copa da Alemanha, no nosso último jogo, Ademir da Guia foi substituído e a imprensa de São Paulo  desancou cacetadas no Velho Lobo, espinafrando até onde não podia mais. Na coletiva de imprensa, a primeira raivosa pergunta teve resposta surpreendente:
– Repórter: “Zagalo, finalmente, por que você sacou Ademir da Guia?”
– Resposta: “Porque ele pediu para sair. Estava morto…”
Ademir também demonstrou aborrecimento. Só que, era com ele mesmo…

A partir deste momento aprendi que, antes de opinar, é preciso ter total domínio dos fatos. Como ainda não tenho, qualquer tipo de crítica, na largada, soa precipitada, com percentual significativo de ser injusta.

Como olhamos para frente, vale a reflexão: não há no nosso elenco nenhum jogador com as características de Éverton Ribeiro. O nosso barco não tem motor reserva…

No aeroporto, encontrei com dois adoráveis amigos. Júlio César e Bebeto a caminho de Madrid, comungavam do mesmo pensamento. Sem Éverton Ribeiro e Arrascaeta, perdemos dinamismo e criatividade.

Como o que agora importa é o futuro, nesta remontagem de elenco, é absolutamente fundamental encontrar quem não deixe a peteca cair quando estes dois não estiverem em campo.

Pode ser que você lendo este texto esteja imaginando que esqueci de Diego. Não esqueci. Como dizia minha avó Corina, “quem tem um (quanto mais com certa idade), não tem nenhum!!!

Indo na mesma linha, ou seja, pensando adiante, o nosso ataque também precisa de um gás. Desculpem, mas Lincoln não pode ser uma alternativa que venha resolver um problema. Lembro que, durante a Copa América, podemos ficar 12 rodadas do Campeonato Brasileiro, ou seja, quase um terço da competição, sem Bruno Henrique e Gabigol. Contratamos o atacante que jogou no Cruzeiro (Pedro Rocha). Palavra que, em nenhum jogo, me impressionou. Tomara que não tenha visto bem…

De um polo ao outro, na zaga, igual. Claro que vamos ficar sem Rodrigo Caio. Da mesma forma, o zagueiro do Santos (Gustavo Henrique) que foi contratado, nunca me despertou encanto. Tomara que desatento tenha estado…

Repararam que o nosso videotape nos conduz ao futuro? Isto é muito bom. Sinal de que, por mais resignados estejamos, famintos por este título estamos.

Com um bom dever de casa, Doha nos verá de novo.

MENGOOOOOO!!!!!