Tema complicado

 (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

Ontem, no Maracanã, nas mais variadas rodinhas, um assunto que estava em todas era o da medida provisória que garante parcelamento aos clubes mediante algumas contrapartidas. E, aí é que começa o papo e, aí é que pinta o perigo.

Quando ouvi no discurso da presidente Dilma, ela se referir ao Flamengo, como “o clube Flamengo”, tive a certeza absoluta de que, o que a nossa presidente conhece sobre o mundo dos clubes, sobre futebol, é o mesmo que eu sobre botânica, ou seja, zero. Claro que muita gente deve ter enfiado o bedelho, palpitando muito, até sair o formato final da medida provisória. Não que considere de todo ruim, apenas há algo nesta contrapartida que me assusta um pouco. Para que fique bem claro o meu ponto de vista, faço questão de repetir o que já disse uma centena de vezes. Considero saudável qualquer tipo de renovação. Quando me candidatei à presidência do finado Clube dos Treze, o meu primeiro compromisso de campanha foi o de garantir a renovação no comando da entidade, propondo modificação estatutária que permitisse apenas uma reeleição. Portanto, que fique bem claro que acho toda renovação saudável. Agora, daí a enfiar goela abaixo de quem quer que seja que este meu ponto de vista é definitivo, que de tão bom deva virar lei, vai uma distância enorme. Que direito tem o governo de exigir, por exemplo, que não deve haver reeleição no Vasco da Gama, se o quadro social do clube deseja fazer de Eurico Miranda presidente vitalício? Cheguei a este ponto para deixar claro que, quem sabe da vida do Vasco, quem sabe o que é melhor para o Vasco, é o seu quadro social e não uma medida de força, tão comum aos ditadores da vida…

A minha esperança é que deputados e senadores corrijam esta autêntica grosseria ao processo democrático.