Flamengo e o “Festival Pré-Copa”

Philippe Coutinho comemora o segundo gol da Seleção Brasileira em Moscou (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP)

Vamos começar pelo verdadeiro festival de futebol, que rolou nesta tarde/noite, para nós, aqui no Brasil.

Estou até zonzo de tanto zapear (trocar de canal). O único jogo inteiro que vi, foi o da Seleção Brasileira, que jogou sem o seu principal jogador. Este, a meu conceito, foi o fato mais importante, pois mesmo sem Neymar, a atuação do time brasileiro foi prá lá de convincente.

Como nós rubro-negros só pensamos no vermelho e preto, via o jogo coletivo da Seleção e não havia como não pensar no Flamengo, sem fazer certas comparações.

Na Seleção Brasileira, a individualidade ocorre no momento exato, normalmente próximo à área adversária, enquanto que a individualidade do time rubro-negro acontece a todo momento – e em qualquer lugar do campo. Tática cujo nome é “Murici”, onde cada um cuida de si.

Voltando à Seleção, já que sobre o Flamengo falaremos adiante, a impressão que o  time de Tite deixou, foi a melhor possível.

Como sabia que os Russos jogariam super retrancados, Tite optou por um time bastante ofensivo e, deu certo. Resta saber se, quando o jogo for contra um peso pesado, como por exemplo a Alemanha, na terça-feira, Tite manterá o time que começou. Tenho minhas dúvidas….

Após o jogo do Brasil, festival de zapeadas. O jogo que mais despertou a minha atenção foi entre Alemanha e Espanha, cujo resultado foi 1 a 1. Jogão! Esta seleção espanhola, que os “especialistas” não estão levando fé, tem tudo para ser uma baita surpresa nesta copa. Aqui no Brasil, veio uma seleção espanhola envelhecida. Hoje, o time está renovado e com pinta de que vai ser sucesso na copa.

A Argentina, sem Messi, meteu 2 a 0 na Itália. Apesar da vitória, dá para arriscar a afirmativa de que, sem Messi, a Argentina fazer um bom papel na Rússia, só com muito milagre…

Vi algo inédito. A primeira vitória da Colômbia sobre a França. Como ando batendo de frente com os “especialistas”, ao contrário do que apregoam eles, tenho sérias dúvidas com respeito à badalada seleção francesa.


(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Vamos ao nosso Mengo. Claro que, como em qualquer clube brasileiro, há no nosso time pontos vulneráveis. Sei perfeitamente que, por melhor que seja o treinador, sem material humano minimamente competente, não há solução.

Como dizia o saudoso treinador Otto Glória, “sem ovos, não se faz omelete”. O problema é que com o elenco que temos, dá pra fazer omelete, sim. Iria além e aqui afirmo: o único elenco que eu trocaria pelo nosso, se possível fosse, claro, seria o do Palmeiras. Não vejo no cenário brasileiro nenhum elenco superior. Vejo alguns iguais. Melhor, só o Palmeiras.

Dito isto, não há como não concluir que, antes de pensar em corrigir o elenco, precisamos fazer o dever de casa e melhorar, e muito, com o que temos. A sensação que tenho é a de que as pessoas não sabem o que pensam e o que querem.

Em um determinado momento, Pará é o cara na lateral direita. Depois, Rodnei é a solução e, para finalizar, já querem o Pará de novo. Na outra lateral, o peruano Trauco, recomendado por Guerrero, chegou cheio de moral e jogando uma bola redondinha. Pelo jeito, esqueceu como se joga bola e, Renê foi guindado a titular absoluto…

Éverton 22, para muitos seria o ideal, pois resolveria o problema da lateral esquerda e abriria brecha para a escalação de Vinícius Júnior. Apesar de muitos pensarem assim, só ontem Carpegiani se tocou…

Jonas, que não faz tanto tempo foi empurrado por empréstimo por ser considerado tecnicamente fraco, virou titular absoluto. Cuellar, que era o dono da posição, elogiado por Deus e o mundo, virou reserva.

Diego, de ponta de lança, como os antigos chamavam o camisa 10, se transformou em volante, jogando, em consequência, muito longe da área adversária. Éverton Ribeiro, embora bem melhor do que no ano passado, não se acha em campo, onde está desempenhando um papel de marcação, que antes, nunca havia feito.

Ceifador, que custou caro, não ceifa. Só de pênalti… Felipe Vizeu, tecnicamente limitado, joga com o corpo aqui e a cabeça na Itália.

Se houvesse a possibilidade de se jogar com duas bolas, talvez resolvêssemos um problema que aumenta a cada dia, sem que ninguém resolva. Uma bola para todos os jogadores e, uma exclusiva, para Lucas Paquetá. Será que ninguém vê que o excesso de individualismo deste bom jogador, o está matando e, freando o time?

E, o nosso melhor atacante, Vinícius Júnior é o TITULAR ABSOLUTO DO BANCO DE RESERVAS.

Com respeito ao treinador, que confiança se pode ter, se foi ele contratado para ser gerente e acabou dirigindo o time? E nem falei no plano tático, onde adotamos o esquema de um único volante de origem.

Enfim, acho que esta paradinha, pelo fato de termos sido eliminados ontem, abre espaço para uma profunda reflexão interna, onde, pelo que pude aqui expor, se muda de ideia com muita facilidade e, em consequência, nada se conclui.