As interrogações Rubro-Negras

1 – Renato Gaúcho ou Abel?

Talvez resida nesta interrogação a maior demonstração do quanto o clube está desunido, o quanto o aspecto político e a vaidade conseguem superar o real interesse do Flamengo.

No post anterior, respondendo ao companheiro de blog e ferrenho rubro negro, Nino, afirmei e, aqui reitero, achar um absurdo, sendo Renato Gaúcho a meta das duas chapas, que não tenha havido um entendimento entre elas para uma negociação imediata com o representante do treinador. Partindo-se da premissa de que qualquer planejamento para 2019 passa obrigatoriamente por quem vai dirigir o elenco, nesta indefinição estamos perdendo um tempo precioso.

Observação feita, vou chutar a bola que acabo de levantar. Esta é uma bela dúvida, pois são dois treinadores compatíveis com o tamanho do Flamengo, o que torna qualquer opinião, seja qual for, defensável. À primeira vista, até pelo fato de estar mais em evidência, o nome de Renato Gaúcho parece mais atraente, pois Renato poderia produzir um duplo resultado. No campo de jogo e no marketing.

Ao contrário do que muitos companheiros aqui afirmaram, no sentido de que o valor que Renato pediria para dirigir o Flamengo poderia inviabilizar a negociação, acho que as pedidas de um e de outro serão muito próximas. Que ninguém se engane quanto a isso…

Em síntese, vai valer a convicção de quem vai comandar o clube e, em hipótese alguma, seja quem for o eleito, deve abrir mão de sua convicção.


2 – Diego Ribas?

A criação é a maior carência do futebol mundial. Encontrar um jogador habilidoso, criativo e decisivo, é como fazer seis pontos na loteria. Como o Flamengo já perdeu Paquetá e, não há nenhum anúncio de reposição ao menos de nível parecido, não procurar Diego propondo uma renovação de contrato, por pelo menos mais uma temporada, considero uma baita falta de sensibilidade. E que seja rápido, pois a fila anda…


(Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

3 – Diego Alves?

Sem essa de se argumentar que há um problema de grupo. A partir da apresentação em 2019, será vida nova, com novo presidente, nova diretoria e novo treinador. Portanto, vida nova, onde o que passou, passou…

Com todo respeito às últimas atuações de César, jamais abriria mão de Diego Alves, pois o considero muitíssimo acima da média dos goleiros em atividade no Brasil. E, sempre é bom lembrar que, como dizia minha avó Corina, “quem tem um, não tem nenhum”.


Lomba e Landim durante debate realizado no Flamengo (reprodução da internet).

4 – Landim ou Lomba?

Esta é uma indagação que me incomoda. A proposta da Chapa Azul era transformar o conceito, saindo a figura centralizadora do presidente, entrando pra valer uma equipe de altíssimo nível. E, deu certo! E é bom lembrar que o somatório das chapas, roxa e rosa, de hoje, nada mais é do que a chapa azul, de ontem. Gente séria, criativa e competente, cada um no seu cada um, encontrando as soluções para os vários Flamengos.

Na chapa rosa, vejo como aspecto negativo o radicalismo do Só Fla. Falo de cadeira, pois fui vítima de um grupo que sequer sabe quem eu sou e que jamais teve sequer o interesse em se aprofundar no tema para que tivesse uma opinião abalizada.

As formações de grupos que, na realidade, ocorrem em função das afinidades pessoais ou clubísticas, são absolutamente normais. Complicado é se criar um clube, dentro do próprio Flamengo. Por melhor que sejam as intenções, isto é inaceitável. Como esta turma é composta por gente jovem e, claro, um dia muitos deles responderão pelo clube, a esperança é que amadureçam e entendam que o Flamengo não é deles, como nunca foi de ninguém. E que sejam, ao menos, menos radicais e um pouquinho mais sensíveis, amistosos e justos.

Já na chapa roxa, vejo como problema o nome do vice-presidente. E, se Landim não puder, por qualquer motivo que seja, terminar o mandato?

Como sou fissurado pelo talento, leva a chapa roxa, neste item, uma grande vantagem, pois contará com a genialidade de Luiz Eduardo Batista, o BAP. Polêmico, é verdade, mas que liderança, tão flagrantemente brilhante, foi unanimidade? O talento, a alguns, incomoda…

Como a eleição será no dia oito de dezembro, há tempo para pensar e definir o voto.