Ladeira de morro acima… quando o jogador quer, não tem jeito!!!

Alejandro Donatti

Alejandro Donatti

Parece que o pessoal do Rosário Central, da Argentina, nunca ouviu o sábio ditado popular de ordem sexual, mas que pode perfeitamente ser aplicado neste caso, pois quando a mulher decide, fim de papo. O jogador de futebol, igual.

Deu no rádio e também na internet que, Donatti abandonou a concentração onde o time do Rosário Central está concentrado, alegando problemas particulares. Aliás, para ser sincero, deveria ter alegado “soluções particulares”, tão encantado está com a proposta do Flamengo. O noticiário da conta de que o clube argentino topa vender, porém acha a proposta rubro-negra inferior ao valor minimamente justo para liberar o zagueiro.

Pelas experiências vividas em casos semelhantes, paciência e carinho na condução da negociação são fatores decisivos para o Flamengo resolver seu problema. Para trocar Sávio, por Rodrigo Fabrí, Zé Roberto, Romário e Palhinha, fiquei 21 dias na Espanha, negociando diariamente com o  presidente do Real Madrid, Lorenzo Sanz, que virou “amigo de infância”…

Para trazer Romário, em 95, quase um mês de embate com o vice presidente do Barcelona, Juan Gaspar, que acabou cedendo, pois quando o jogador quer, não tem jeito, porém, desta feita, não virou “amigo de infância”, pois até bem pouco tempo, pelo que soube, considerou esta negociação uma derrota pessoal. Bobagem, pois o “Ás de ouros” tinha eu, que era a vontade de um jogador que sabia o que queria, tinha personalidade, era e, é Homem, com H maiúsculo. O nosso mérito foi como subir uma escada. Primeiro, acreditar na vontade de Romário, depois, conseguir os recursos para “comprar a obra de arte”, e por fim, paciência, muita paciência…

No caso atual, além de negociadores competentes, como Flávio Godinho e Plínio Serpa Pinto, o Flamengo tem o “Ás de ouros”, que é a vontade do jogador.

Se este Donatti for realmente bom de bola, a zaga de área, que era o calcanhar de Aquiles, vai virar “ponto forte” e, por muito tempo…

Agora, é torcer para chegar a hora do Fla x Flu. Estou animado…

Por falar em Flu, no mesmo dia, duas situações distintas que, explicam a própria vida. Um doce tricolor, Alberto Léo, querido companheiro de tantas jornadas, nos deixando e, Luiz Oscar Niemeyer, o mais competente produtor musical do nosso continente, apagando 60 velinhas.

Saudade e alegria em um mesmo dia. Retrato da vida.