(Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)

A solução é simplificar

Um dirigente de um grande clube brasileiro procurou neste domingo um treinador, também brasileiro, para que assumisse de imediato e ouviu um decepcionante e sonoro NÃO.

A explicação foi simples. Não teria, em função do calendário, tempo suficiente para que houvesse uma adaptação natural, considerando a relação com os jogadores e métodos de trabalho.

Quando soube deste fato no final de domingo, pensei cá com os meus botões: “se o cara pensa assim conhecendo o elenco, imagine se não conhecesse ninguém”. Aí, não há como não olhar para o nosso próprio umbigo e, questionar até que ponto a decisão de Dome em aceitar o convite do Flamengo foi responsável, pois além do calendário perverso, duvido que ele já saiba o nome de todos os jogadores.

Paralelo a isso, muito me espanta quando um treinador que assume um clube, fale em preferência tática, em estilo próprio, como se não dependesse ele do material humano que o clube oferece. Qual foi o grande mérito de JJ? Adaptar o esquema tático às melhores opções individuais. E, ponto! Sem invenção, sem querer tirar coelhos da cartola. Direto quanto a forma e ao conteúdo.

O que me parece mais simples e correto, em função da precariedade de tempo e a busca por resultados, é simplificar, dando seguimento ao que deu certo, dando força e apostando nos jogadores que ganharam tudo até outro dia. Quando a temporada acabar, aí sim, os fatos novos podem ser implantados.

Esta decisão requer altruísmo, humildade e inteligência do treinador.

Tomara que o nosso catalão assim entenda. Pode até, dando a volta por cima, não ser o protagonista, mas vai plantar a semente de uma vida longa como treinador do Flamengo.