Vamos combinar?

Flamengo bate o Atlético-PR, por 1 a 0, no Brasileirão do ano passado (Foto: Gilson Borba / Futura press)

Aprendi com alguns mestres de vida e de futebol que, qualquer análise a ser feita, em primeiro plano, deve ser observado o fator normalidade.

Exemplo 1: Como comentar um jogo realizado na altitude, onde a normalidade passa ao largo, a ponto de um jogador cair duro fazendo um polichinelo, como foi o caso do ponteiro João Carlos, em jogo da Seleção Brasileira, em La Paz, a 3.600 metros de altitude?

Ou, o caso do nosso Zico, também defendendo a seleção, na mesma La Paz, que sequer conseguiu sair do hotel para o estádio, de tanto que passava mal. Quem entra em campo em uma situação assim, entra em igualdade de condições com o seu adversário?

Em síntese, esta é uma situação atípica, que foge à normalidade e, até perigoso é, fato já comprovado em vários congressos de medicina esportiva.

Exemplo 2: Jogar em gramado sintético. Isto pode ser um quebra-galho nas peladas, mas quem já foi peladeiro de carteirinha, como é o meu caso, sabe que jogo em gramado sintético é outro jogo. Como na nossa pelada havia um desfile de craques, como Orlando Lelé, Miguel, Dé, Gérson, Zico e por aí vai, o grau de exigência com o gramado era grande e, por isso, jogávamos no “tapete do Alcidão”, mil vezes melhor do que o gramado de hoje do Maracanã.

O resumo da ópera, é que torna-se impossível e injusto analisar um jogo e avaliar atuações individuais, quando a normalidade foi na esquina tomar um cafezinho. Jogar na altitude ou em gramado sintético, é algo fora de contexto. Julgar alguém quando o cenário é um destes casos, injusto é.

Portanto, neste Flamengo e Atlético Paranaense, vamos torcer com a corneta trancada a sete chaves no armário. Neste jogo, qualquer cornetada nascerá injusta. Combinado?

E, que São Judas nos ajude.