Força, Ederson!!!

Dr. Tannure, Eduardo Bandeira de Mello, Ederson e Rodrigo Caetano (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo).

A notícia pegou todo mundo de surpresa. Difícil imaginar um atleta, jogador de futebol, em plena atividade, com contrato em vigor com o mais popular clube do Brasil, do nada, assim de repente, ter que conviver com o diagnóstico de estar com um tumor no testículo.

Para começar, meu abraço fraterno e carinhoso ao nosso pessoal do Flamengo. Do presidente Eduardo Bandeira de Mello, passando por toda comissão técnica e, chegando aos jogadores.

Neste momento, o apoio é absolutamente fundamental. A imagem da coletiva, onde inclusive estava o presidente do clube, é o retrato fiel do enorme abraço que o Flamengo, como um todo, afaga o seu atleta.

Bendito exame antidoping que, pelo fato de ter dado resultado positivo, obrigou pesquisa profunda para detectar a causa, já que, conforme disse na entrevista o Dr. Márcio Tannure, havia por parte do departamento médico do Flamengo a certeza de que Ederson não dera causa a resultado de exame inesperado. Pesquisando, o tumor foi localizado e, como a medicina é preventiva e, quanto antes detectado o problema maiores são as chances de um final feliz, bendito exame antidoping…

O apoio de todos, sem dúvida, é o primeiro passo para Ederson encarar o fato de maneira otimista e, começar a entender que, este é o tipo de notícia ruim que pode atingir qualquer ser humano, inclusive ele.

Falo de cadeira, pois em 2001, após exame de rotina, constatado foi que o meu PSA, de 1, havia dado um salto para 10. Resumo da ópera: câncer de próstata. Como Ederson, tive apoio e carinho do tamanho da torcida do Flamengo e, um belo dia me peguei raciocinando da seguinte forma: “Não sou melhor do que ninguém. Isto pode acontecer com qualquer um, inclusive comigo. Se o resultado não vier pela boa, a consciência de ter sido até aqui um ser humano legal me dá enorme paz. Então, bola frente, vamos ganhar mais uma guerra”. E assim foi, com a primeira batalha sendo ganha por obra do acaso, com meu querido amigo Marcos Lázaro me encaminhando para um médico que mais está para anjo da guarda, pois não tenho dúvida de tratar-se de um ser iluminado por Deus. Dr. Miguel Srougi, responsável pela urologia do extraordinário Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, salvou a minha vida.

O caminho foi longo, inclusive, no início dos exames, com suspeita de que poderia ter ocorrido uma metástase. Enfim, após a operação e o tratamento de radioterapia, tudo aos poucos foi voltando ao normal e, hoje, dezesseis anos depois, estou aqui com vocês.

Sabem o que nunca faltou? Fé!!! E é por aí que o nosso Ederson tem que caminhar. Primeiro, não se revoltar. Entender que este tipo de coisa pode acontecer com qualquer um. A partir daí, faca entre os dentes, com disposição para brigar pela vida.

Boa sorte, Ederson. Que papai do Céu esteja sempre protegendo você. Se depender de torcida, a guerra está ganha, afinal, você tem ao seu lado a maior torcida do mundo.

 

(Fonte: Site do CRF)