(Imagem: Antônio Gaudério / Folhapress)

Estamos mais sensíveis e quando tudo passar, estaremos melhores

Ia começar este post dentro daquela máxima que afirma que, por pior que seja a desgraça, há sempre um lado bom. Estava me referindo ao fato de que algumas transformações nos seres humanos estão ocorrendo em função deste vírus indesejado. Aí, parei para me questionar se esta evolução espiritual do ser humano, tendo tantas vidas como preço, está mesmo valendo a pena. E claro que a resposta é… não!

Não há nada que, por melhor que seja, valha uma vida, quanto mais de tanta gente.

Isto é uma coisa e, imagino não ter deixado qualquer dúvida. A outra coisa é a nova realidade que estamos vivendo em meio a esta pandemia, onde encontramos tempo para nós mesmos, nossas histórias de vida e para todos que delas fizeram parte.

O incrível é que estes reencontros estão ocorrendo com a maioria das pessoas enclausuradas. Estamos mergulhando fundo nas nossas próprias vidas e em tudo e todos que dela fizeram parte. A correria de um tempinho atrás, motivo de explicação para tantas coisas que deveríamos estar regando e reverenciando, não existe mais. De repente, passamos a ter tempo. Incrível!! Ter tempo…

Por isso mesmo começamos a olhar para trás, até porque, o futuro nuca foi tão duvidoso.

Aliás, para ser mais exato, presente e futuro nunca foram tão duvidosos. E, ante esta constatação que tomou conta do mundo, que melhor forma de sobreviver na clausura qual não seja olhando para trás, atitude tão distante do nosso recente dia a dia.

Na transmissão da Globo do jogo final da Copa de 94, entre Brasil e Itália, caramba, quantas lembranças, quanta emoção e quantas lágrimas revividas e choradas de novo…

Que emocionante conviver novamente com pessoas importantes nas nossas vidas e que já nos deixaram. E que delícia ver e ouvir os heróis daquela jornada, visivelmente emocionados, saboreando aquele momento mágico, vinte e seis anos depois. E por falar nisso, como jogava Aldair. E o Dunga? tão injustamente carimbado como jogador só de força, como jogou naquela Copa. Dentro e, fora de campo. Copa de Rei: Romário. E de vice rei: Bebeto.

Nesta Copa, alimentei dois sonhos: ser presidente do Flamengo e contratar o maior jogador do mundo. Copa dos sonhos realizados…

Parabéns ao pessoal da Globo pelo lindo domingo proporcionado a todos que amam e aos que curtem futebol. Hoje este esporte extrapolou e invadiu nossas vidas, nossas almas que estavam até outro dia meio que adormecidas.

Em meio a tão inesperada e triste tragédia, o ser humano está melhorando. Já estava na hora…