(Foto: Alexandre Vidal)

O jogo está confirmado, mas pode ser adiado

É isso mesmo! O Flamengo esgotou todas as tentativas de adiar o jogo contra o Palmeiras na área esportiva. Como a causa transcende o esporte e vai de encontro ao perigo que representa a possibilidade de agressão à saúde, com risco de vida, tudo ainda pode acontecer.

Como vivemos em processo democrático, o judiciário está aí mesmo para corrigir deslizes. Principalmente os graves, como este se apresenta.

Incrível como as pessoas são capazes de relegar a saúde e a vida a um segundo plano, em função de eventual vantagem esportiva. Este é o caso do Palmeiras, em especial de seu presidente que, em primeira instância pregou o adiamento, preocupado com possíveis contaminações nos jogadores Palmeirenses. De uma hora para outra, mudou de ideia, certamente alertado que o Palmeiras poderia obter vantagem esportiva, pois pegaria um time do Flamengo trucidado. Em síntese, abriu mão do respeito à vida – dos seus próprios jogadores – priorizando a malandragem para faturar três pontos.

A CBF argumenta que os jogos anteriormente adiados pelo mesmo problema ficaram no passado, a partir do momento em que os clubes concordaram na ampliação do número de jogadores inscritos. O que deixou de ser considerado foi o inusitado. Nunca houve um caso parecido, com tantas contaminações de uma vez só, e pior, com a possibilidade de jogadores que hoje estão zerados poderem não estar na hora do jogo e, em consequência, contaminando a torto e a direito.

A CBF não percebeu que para toda regra há exceção.

Outro grande equívoco é misturar estação. Muitos veem esta situação como uma forra. O Flamengo, que tanto batalhou para a volta do futebol e briga pela presença de público nos estádios, não tem o direito de reivindicar o adiamento.

Para isto, vale a máxima do criativo Paulo César Ferreira: “Uma coisa é uma coisa. Outra coisa, é outra coisa”.

Mesmo que o Flamengo não tenha sido feliz levantando precocemente a volta do futebol e force a barra para o retorno do público, não pode ser punido por isso, pois há algo em jogo que enterra qualquer outro argumento. A preservação da vida.

Vivemos em uma democracia. Os recursos esportivos foram esgotados, porém, o judiciário está aí mesmo para corrigir e, principalmente, para garantir o bem estar e o direito à vida do cidadão brasileiro, inclusive dos profissionais de Flamengo e Palmeiras, além dos outros seres humanos que estarão – ou, estariam – envolvidos no jogo.

Aguardemos. A briga continua.