Nem tanto ao céu, nem tanto à terra

Tenho o maior carinho do mundo pelo meu querido amigo Paulo César que o mundo da bola conhece como Paulo César Caju.

Sempre brilhante e exigente – e tem todo direito, pois jogou muito – PC, em sua coluna do Globo, talvez tenha misturado estações.

Defende ele a tese de que, embora não devendo nada a quem quer que seja, o futebol brasileiro se apequenou e, conformado, ficou com os reveses, chegando a ter citado o conformismo dos rubro-negros, após a derrota, na prorrogação, para o Liverpool. Em síntese, em linguagem popular, PC é de opinião de que estamos sofrendo a síndrome do vira-lata.

Este tema é muito delicado. De certa forma, antes do jogo contra o Liverpool realmente achei alguns depoimentos de companheiros de imprensa exagerados no que dizia respeito à superioridade do time inglês. E, este tipo de coisa pode influenciar sim, pois treinadores e jogadores estão antenados e recebem a mesma carga de informações e opiniões como qualquer um de nós.

Quem acompanha o blog é testemunha de que, uma dezena de vezes, aqui cravei que seria um jogo duro e, a minha premissa era simples. Como temos um time em que a maioria esmagadora pode vestir a amarelinha e, como – ao longo da vida – jamais a seleção brasileira foi encarada como zebra, no mínimo faríamos um jogo de igual para igual. E fizemos.

Respeitando o argumento de Paulo César, sinceramente, não acho que tenha havido conformismo com a derrota, muito embora concorde plenamente com ele no sentido de que, quando se perde, há de se chorar, lamentar e não ligar o foda-se no piloto automático e ir tomar uns chopinhos na noite.

Talvez o meu amigo não tenha percebido é que, dirigentes, comissão técnica, jogadores e torcedores tiveram a derrota neste jogo minimizada pela extraordinária campanha em 2019, onde muitos títulos foram conquistados, vários recordes foram batidos e muitos, dificilmente serão igualados.

Tomara que, daqui pra frente, tenha ficado bem claro que este nosso time pode encarar e, ganhar, de quem quer que seja.

De qualquer forma, como exercício para esta masturbação mental, nosso PC levantou um belo tema para discussão.

Enfim, na bola e na polêmica, PC sempre deu show.