Dúvida, impaciência, incerteza e esperança

(Reprodução da TV)

DÚVIDA

Passado o momento da emoção, com os nervos e coração na mais absoluta ordem, fiquei matutando… O pênalti, ou a penalidade máxima – e o nome já diz tudo – é tão letal que, para marcar, o árbitro tem que ter convicção absoluta. Na dúvida, qualquer soprador de apito deixa o jogo rolar, pois um erro deste tamanho poderá ter uma influência decisiva no resultado do jogo. Partindo desta premissa, é difícil entender a marcação do pênalti de ontem.

Como é que alguém pode ter certeza de alguma coisa que não viu? Sim, porque se a bola foi de encontro à barriga de Renê, e lance mais claro é impossível, como o nosso folclórico “Índio” pode ter certeza de algo que não existiu?

Outro detalhe que causa espanto é o fato de o árbitro ter o recurso eletrônico para se comunicar com seus inúmeros auxiliares e, ainda assim, tenha cometido erro tão bisonho. Caramba, são dois bandeirinhas, mais dois espiões de linha de fundo, além do auxiliar que levanta a placa de substituição. E, ninguém viu o que realmente aconteceu? Muito estranho…


(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

IMPACIÊNCIA

Paulo César Ferreira, conselheiro e polêmico rubro-negro, um belo dia teve uma tirada simplesmente genial: “uma coisa, é uma coisa. Outra coisa, é outra coisa.” A colocação de uma simplicidade Maracaneana, é pragmática, ao extremo. Vamos ao nosso tema que tem tudo a ver com o que acabo de colocar.

Todos sabem de que tamanho vejo o Flamengo. Seja lá para o que for, há de se pensar grande e sempre na melhor das soluções. Pensando assim, foi possível em 1995 trazer para o Flamengo o melhor jogador do mundo. Claro que, ante esta premissa, quem vier me perguntar que treinador gostaria de ver no Flamengo, certamente espera como resposta, no mínimo, Pep Guardiola… Aí é hora do “uma coisa, é uma coisa. Outra coisa, é outra coisa.”

Pelos comentários, e todos de excelente nível, noto que há uma quantidade significativa de torcedores rubro-negros incomodados com a presença de Zé Ricardo no comando do time. Uma coisa, é querer o melhor do mundo para o Flamengo. Outra coisa, é poder ter o melhor do mundo no Flamengo. Por isso mesmo, restritos estamos ao mercado interno, e a este ou aquele treinador do continente sul-americano e, no atual contexto, neste momento, não vejo nenhum nome disponível que, se dirigente fosse, me comovesse na tentativa de brigar muito por esta contratação.

Pode ser que a maioria tenha razão quando fala da inexperiência de Zé Ricardo. Posso, lá atrás, já ter concordado. Só que agora Zé Ricardo está mais maduro, mais pronto, mais confiante em si mesmo. Gosto da figura dele. Treinador de um grande clube, a meu conceito, tem a obrigação de ter um bom poder de comunicação, ter uma boa imagem, pois sendo o profissional mais assediado pela imprensa, não deixa de ser um porta-voz do clube ou, quase que uma marca, um símbolo…

Zé Ricardo me passa firmeza, como ser humano e como profissional. No que diz respeito ao seu desempenho, os números são altamente favoráveis e, é bom não esquecer que, por uma série de circunstâncias, quase que todas as contratações ocorreram sem que ele tivesse indicado.

Enfim, acho que hoje temos um treinador mais maduro, quase pronto. Como não gosto de ficar em cima do muro, achei importante colocar o que penso. Claro que, com todo respeito a quem pensa de forma diferente. A estes companheiros e amigos do blog, peço um pouquinho mais de paciência com o nosso treinador.


(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

INCERTEZA

Esta palavra deve estar na cabeça de muitos rubro-negros no que diz respeito a alguns jogadores. Já disse e repito que, no cenário nacional, o Flamengo tem um bom elenco e, em função disso, duvido que tenha uma participação ruim em qualquer campeonato longo, como, por exemplo, o Campeonato Brasileiro. A certeza de título, já é outra história…

Em competições mais curtas ou eliminatórias, como Carioca, Copa do Brasil e Libertadores, o time pesa mais. Por isso mesmo começo a me questionar com relação a alguns jogadores. Mancuello é o primeiro. Afinal, que instrumento toca o argentino? Ontem, a tentativa de, numa eventualidade, ser ele o substituto de Diego, foi frustrante e preocupante. E o Berrío? Sei lá… apesar do belo gol de ontem, demonstra muito pouca intimidade com a bola, sendo a velocidade a sua única arma disponível. Muito pouco…

Tenho o pressentimento, e é puro palpite, que um ou dois garotos vão resolver o problema do Zé Ricardo. Até por uma questão de coerência com o que penso, VINÍCIUS JR, JÁ!!! Até porque, ele também precisa amadurecer, e jogador só amadurece jogando…


ESPERANÇA

Ainda não tive nenhuma informação sobre a reunião entre a Odebrecht e o Governo do Estado. Embora no momento o panorama seja nebuloso, com perspectivas remotas de um casamento Flamengo e Maracanã, confesso que não me conformo com isso.

Há quem defenda a tese de que o Flamengo deve partir para a construção do seu estádio próprio. Tudo bem, é um ponto de vista. Agora, algumas perguntas são necessárias. Em quanto tempo este estádio estará em pé, passando antes pela aquisição do terreno, criação e aprovação de projeto, e construção? A pergunta seguinte é simples: enquanto isto, vamos ficar jogando onde? Na Ilha? Tudo bem que um jogo ou outro, sim. Mas, e os jogos pra arrebentar? Oitavas, quartas, semifinal ou final de Libertadores, jogamos onde?

Não discuto a construção do estádio próprio. Discuto, a vida do Flamengo não parar enquanto este estádio não for construído. Respeito e admiro o presidente Eduardo Bandeira de Mello e toda sua impecável diretoria, mas há de se pensar este tema com mais prudência e pragmatismo do que com emoção.

Hoje, embora o Maracanã dependa basicamente do Flamengo, também somos dependentes dele. Amanhã, pode ser outra história. Hoje, mesmo tendo que “engolir sapo”, sem o Maraca, não dá…