O cuidado para a mentira não virar verdade

É isso mesmo. Por incrível que pareça, há de se ter muito cuidado com relação ao que falam ou escrevem sobre você, pois, infelizmente, ainda há muita gente desinformada, irresponsável ou, as duas coisas juntas. Minutos atrás, um amigo me telefonou perguntando se eu tomara conhecimento do que havia sido escrito no Flapédia. Respondi que não e fui me inteirar. Li o seguinte: “Seu período ficou marcado pela quantidade de contratações, a maioria delas pouco efetivas. Essa atitude fez levar (sic) ainda mais a dívida do clube”. Isto revolta, na medida em que, a verdade, é exatamente o oposto do que ali está.

Os jogadores de peso que, a maioria das pessoas, em função deste tipo de notícia, pensa que custaram uma fortuna, nada custaram. Pois bem: Romário (na primeira contratação), Branco, Amoroso, Bebeto, Lúcio, Zé Roberto, Romário (na segunda contratação), Palhinha e Rodrigo Fabri, não custaram um único centavo aos cofres do Flamengo. Romário, na primeira contratação, veio para o Flamengo numa ação de marketing, ação esta bancada pelo Banco Real, Cia Cervejaria Brahma, Grupo Multiplan e Rede Bandeirantes de Televisão. Branco, num acordo feito com o jogador, em que pagamos apenas o salário. Amoroso, quando convencemos o presidente do Guarani, que o empréstimo gratuito para Flamengo seria a melhor solução para o jogador estar na mais importante vitrine do futebol, após grave lesão. Lúcio, a revelação do Campeonato Brasileiro pelo Goiás, foi pago integralmente pela Umbro. Passei uma semana no interior da Inglaterra, ao lado de Marcos Felipe Magalhães, à época vice-presidente de marketing, trabalhando para os ingleses comprarem a ideia do bom investimento. Toparam e compraram. Romário (segunda contratação), Rodrigo Fabri, Palhinha e Zé Roberto, foram trocados por Sávio, em operação com o Real Madrid, que não envolveu um único real ou qualquer moeda estrangeira. Claro que contratações de pequeno porte foram feitas, até porque, se não ocorressem, não teríamos time para colocar em campo. Acho bom lembrar que, quando assumimos em 1995, o ano de 1994 havia terminado com duas derrotas para o América e, quando começamos o mandato, o Flamengo tinha apenas seis jogadores vinculados ao clube, sob contrato. Nenhuma dessas contratações de suporte ou, o somatório delas, causou impacto nas finanças do clube, tanto é verdade que, de 1995 a 1998, o clube cumpriu todos os seus compromissos, inclusive e principalmente, com seus funcionários e profissionais que, religiosamente, receberam até o quinto dia do mês subsequente ao trabalhado. Fato, até então, raro no Flamengo…  Como isto foi possível? Com muita seriedade, transpiração e inspiração para gerar recursos. Neste período, o Flamengo, num país de terceiro mundo, foi o sexto clube no planeta em faturamento. Explicado?

Vou encaminhar este assunto ao meu fiel escudeiro para assuntos de internet e cia…, Robert Rodrigues, no sentido de que ele possa agir junto às partes responsáveis para corrigir esta injustiça.