Criando coragem

Uma das melhores coisas que aconteceram ultimamente para mim, foi a criação deste blog. Tenho uma noção exata da importância de poder emitir uma opinião. Escolhi o jornalismo como profissão no dia em que o Flamengo vendeu o melhor meio campo do mundo para o Botafogo.

Gérson, o “Canhotinha de Ouro”, foi o responsável pela minha opção profissional. A necessidade de gritar para todo mundo ouvir, que o Flamengo estava cometendo uma loucura foi a certeza que tive do caminho que precisava percorrer. E, de 1969 até 1990, o trabalho para mim foi lazer. Amava o que fazia. Dia de folga, alegria para muitos, para mim era um vazio. Se bem que, como também havia, de forma paralela, o meu lado comercial, no fundo, no fundo, não havia era dia de folga e sim, dia de folga como repórter que, como já disse, não achava a menor graça.

Acabei fugindo do tema original. Já tinha a experiência em emitir opinião. Aqui, conheci um outro lado. Dividir opinião. Evoluir num tema, partindo de uma opinião e, em algumas vezes, reconsiderando a opinião inicial. Exemplo: escrevi aqui que achava uma bobagem repaginar o Maracanã para que fique mais popular. Ative-me somente ao preço do ingresso, afirmando que não havia a necessidade de nenhuma obra, bastando em um determinado setor baixar o preço do ingresso.

Lendo os comentários e, ouvindo outras opiniões, inclusive do meu filho Dudu, foi fácil concluir que a minha opinião não era a melhor. Realmente, há torcedores que preferem ver o jogo em pé, mais torcendo e promovendo uma festa, do que propriamente vendo o jogo. Claro que, para isso ocorrer e, isto é bom, é preciso redesenhar o Maracanã.

Em síntese, embora já tivesse uma noção aproximada, a convivência com vocês neste blog me deu a dimensão exata da importância de saber o que as outras pessoas pensam. Aí, não preciso dizer que devoro todas as opiniões que por aqui passeiam.

(Foto: Fabio Castro/Agência Estado)

(Foto: Fabio Castro/Agência Estado)

Agora por exemplo, estava em dúvida em emitir uma opinião. Aliás, em dúvida não. Estava com medo de não ser politicamente correto. Querem saber o que me encorajou? O último comentário do companheiro YVAN BAYARDINO que, reputo simplesmente genial (ler aqui).

Juro que não é cola. O que queria dizer é que tive enorme sentimento de frustração vendo a apresentação de Mano Menezes no Cruzeiro. Este era o treinador perfeito para o Flamengo de agora. Quando aqui esteve, Mano havia saído da seleção, mas a seleção não havia saído dele. Alma amargurada afeta a cabeça. Naquele momento, não daria certo no Flamengo, nem no Barcelona. Agora, o momento é outro. Tudo conspiraria a favor.

Somado a isto, o fato de acreditar que o Flamengo não é pista de pouso para comandante novo.

Enfim, queria dizer que me fica a certeza de que perdemos uma oportunidade de ouro de começar a costurar o que entendemos como perfeição.

O meu “muito obrigado” ao amigo Yvan, fonte de inspiração, talento e coragem.

Valeu!!!