(Foto: Pedro Vilela / Getty Images)

A importância do treinador

Há quem ache que treinador de futebol seja tudo igual, em que, de um para o outro, o que muda é o CPF.

Vou citar aqui duas situações distintas, nas quais as expectativas acabaram invertidas.

Rogério Ceni, que vinha de um trabalho espetacular no Fortaleza, representou para o torcedor do Cruzeiro a esperança de dias melhores.

Em Fortaleza, fiquei no mesmo hotel onde estava a delegação cruzeirense para o jogo contra o Ceará. Na manhã seguinte ao jogo, no café da manhã, em dois papos rápidos, deu para entender que Ceni estava batendo de frente com todo elenco.

Simples: cometeu ele o imperdoável equívoco de implantar a renovação sem afastar os “donos do pedaço”. Resultado: como estes mais velhos têm ascendência sobre os mais jovens, ficaram todos contra o treinador.

Ceni rodou pela falta de sensibilidade. Palavra que me causa espanto que alguém com tanta vivência no futebol tenha cometido erro tão primário.

Rogério Ceni tinha tudo para dar certo. Naufragou.


 

(Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)

De BH para o Rio

Quando o Flamengo contratou Jorge Jesus, houve quem achasse um enorme risco trazer um treinador estrangeiro que não conhecia ninguém do Flamengo, e muito menos ainda seus adversários, com competições em curso e, no meio da temporada.

O que tinha enorme possibilidade de dar errado acabou se transformando em enorme sucesso. A explicação? Simples: o talento do profissional, que consegue unir profundo conhecimento de causa, sensibilidade e baita poder de comunicação.

Não há, apesar do excelente time que foi montado, como separar a momento mágico que vive o Flamengo, de seu treinador.

A diferença entre Jorge Jesus e Rogério Ceni vai muito além do CPF.