Saudade dos velhinhos

(Foto: Marcos Ribolli)

(Foto: Marcos Ribolli)

Estou em frente à televisão e, na telinha, um jogo de futebol. De um lado um time de camisa grená, calção grená e meião grená. Do outro lado um time de camisa amarela, calção azul e meião azul. Se você viu este jogo, sabe do que estou falando ou, sabe quem estava jogando. O exercício que proponho é para quem não viu este jogo. Pergunta: Que times são esses? Um, todo grená, e o outro, parecendo a Seleção Brasileira?

Duvido que alguém que não tenha visto o jogo possa acertar. São Paulo (tricolor na origem) x Ponte Preta (alvinegra e, igual ao Vasco, marcada pela faixa diagonal). O que é isso? Que falta de respeito é essa?

Não sou retrógrado. A minha cabeça é aberta para o novo. Nenhuma novidade me assusta. Em síntese, respeito e admiro as mudanças naturais e saudáveis na vida, mas há limite para tudo, inclusive e, principalmente, para a tradição.

Volto a um passado não tão distante e, na minha memória, surgem as carinhas de Flavio Soares de Moura, Moreira Leite, Ivan Drumond, Hélio Maurício, Radamés Lattari, enfim, à época, meus velhinhos, que davam aula diariamente para nós da importância de se preservar a tradição.

Entendo o mundo comercial. Nasci e fui criado nele. Por isto mesmo estou à vontade para dizer que, a Ponte Preta, de uniforme canarinho, e o São Paulo de grená, representam o retrato vivo da absoluta falta de respeito ao que há de mais importante no mundo do futebol, que é a tradição.

Que os dirigentes de clube não se curvem aos interesses comerciais das fornecedoras de material esportivo. Que repudiem esta ideia absurda. Quando alguém entrar num estádio ou ligar uma televisão para ver um jogo, tem que ser uma coisa natural. Flamengo, é vermelho e preto. Vasco, é preto e branco e, obrigatoriamente, com a faixa diagonal. Ponte Preta, idem. América, é sangue. Inter, também.

Por favor, companheiros dirigentes, acordem!!!! Os interesses outros, e burros, estão avacalhando com o que há de mais puro e sublime no futebol, que é a tradição.

Que saudade dos meus velhinhos…