Reunião entre CBF e clubes realizada ontem (Foto: Lucas Figueiredo / CBF)

Os atrasados recalcados

Os que acompanham este blog desde o seu início são testemunhas de que, faz muitíssimo tempo, venho alertando para o perigo do poder financeiro ser capaz de interferir diretamente no resultado da principal competição nacional, o Campeonato Brasileiro.

Lá atrás – faz tempo – afirmava aqui que com dinheiro e artimanha um clube poderia transformar 15 pontos pouco prováveis em 15 pontos praticamente certos. Uma coisa é um grande clube, pretendente ao título, jogar contra um clube de menor investimento na casa deste, e outra, é jogar em campo neutro que, dependendo da popularidade do clube, pode transformar o jogo fora em, jogo em casa.

Partindo das premissas de transparência, lisura e igualdade, sempre combati este regulamento. Combati antes do Flamengo ser a potência financeira que é hoje e, mesmo ante a transformação rubro-negra, por uma questão de coerência e, claro, de justiça, continuava combatendo. O fato novo é que, finalmente, esta prática foi abolida em reunião dos clubes na CBF. O problema é que esta modificação no regulamento não teve a lisura, a transparência, a ética, o princípio da igualdade, como motivadores para tal decisão, e sim, o fato de o Flamengo, que tecnicamente já é muito superior, poder usufruir também desta vantagem.

Incrível que, para tomar esta decisão tardia, tenha sido necessário o Flamengo aparecer como protagonista técnico e financeiro. Nesta decisão, duas certezas. A primeira: a decisão, tardia, era necessária. A segunda: a inveja é uma merda!