(Guito Moreto)

Arrumar a casa

O único ponto em comum entre todas as opiniões, é de que precisamos arrumar a casa e, com extrema urgência, até porque o Campeonato Brasileiro não para e, dia 27 de novembro teremos o nosso jogo do ano.
Como sou pragmático, proponho deixar de lado o que ficou para trás. De que adianta culpar a diretoria pela contratação de Renato, se a demissão de Rogério Ceni se fazia necessária e, naquele momento, a bola da vez era Renato Gaúcho?
Uma coisa é procurar um treinador para um início de temporada. Outra coisa é achar a melhor solução para tapar um buraco. Portanto, sem caça às bruxas, o dever de casa é localizar os parafusos soltos, apertá-los e dar sequência ao baile…
Simples assim…

Tenho muito receio, como ser humano, de cometer injustiça. Por isso, tenho um pé atrás com relação à significativa quantidade de informações que, no frigir dos ovos, dão a entender que o nosso “Ninho” se transformou na “casa da mãe Joana”, ou seja, uma zona, onde o treinamento, quando há, só começa quando o sol está se pondo e, jamais em regime integral, ou seja, pela manhã e à tarde.
Paralelo a esta orgia profissional, os jogadores é que mandam, com Diego Ribas sendo o crupiê do cassino, além de ter indicado profissional da preparação física, não atualizado com o tema como a modernidade pede.

Ainda pelo que se lê e ouve, o departamento médico se transformou em Spa, onde de tão bom, ninguém quer sair de lá…
Isto sem falar em um tal diretor, pródigo em levar a rapaziada para os embalos de todas as noites…
Enfim, será tudo isto verdade? Provavelmente exista bela dose de exagero, mas a conclusão é simples: quando qualquer coisa desanda na vida, é preciso parar, refletir, reprogramar e começar de novo. E, este é o nosso caso.

Sem querer dar uma de gato mestre, mas ousando palpitar, em função de considerável experiência acumulada ao longo do tempo, ouço – não sei se é verdade – que o time não concentra mais. Não quero aqui discutir o assunto, e sim, o que pede o momento. Se há uma saturação em função do calendário, descanso é fundamental. Se as coisas não fluem como antes, estar junto reaproxima e obriga ao diálogo. Nosso time deveria ter se apresentado na segunda-feira, pela manhã – domingo foi de folga – treinar e já ficar concentrado. Para isso, há de se ter autoridade para determinar, não para discutir. Tudo tem a sua hora…

E agora? Impossível opinar se você não tem o exato domínio do que esteja ocorrendo. Certa vez, em dúvida sobre continuar ou não com um treinador, me reuni somente com os jogadores para tomar a pulsação deles. Os falastrões, como sempre detonaram. Quando os que nunca abriam a boca se manifestaram, com fogo nos olhos, concluí que a convivência se tornara impossível.

Portanto, só quem está com a mão na massa tem condições de determinar.
Aliás, para começar, não seria bom uma lavagem de roupa manchada entre os dirigentes? Mesmo que não se gostem, pelo amor ao clube e ao objetivo a ser alcançado, não dá para se providenciar uma trégua?

Enfim, só nos resta torcer para que a casa seja colocada em ordem. Doa a quem doer…
Um absurdo, com este elenco, estarmos passando por momento tão inesperado.
Ainda dá tempo de salvar o ano, desde que haja coragem, sensibilidade, conhecimento de causa e sorte.

Aguardemos o noticiário…