Meio século de um Gênio

Romário 50 anosCom enorme alegria, profundo reconhecimento e com o maior carinho do mundo, saúdo um dos gênios do futebol brasileiro, que hoje completa 50 anos.

Romário faz parte da minha história de vida. Romário foi o troféu mais importante que conquistei, como dirigente, na minha estrada esportiva.

Em 1993, a Seleção Brasileira, que não ganhava uma Copa do Mundo desde 1970, brigava pelo direito de ir à Copa dos Estados Unidos e, nesta eliminatória, pela primeira vez, o destino nos uniu. Havia uma causa em questão. E, a causa era a convocação de Romário para a Seleção, convocação esta, contestada por alguns membros da comissão técnica da Seleção.

Particularmente, como sempre reverenciei os craques da bola, considerava um absurdo Romário não ser convocado. Acontece que houve um momento em que ficou perigosa a ida da nossa Seleção para a Copa. Havia o risco. Aí, o nosso primeiro encontro. Mergulhei de cabeça na tentativa de fazer as pessoas que resistiam à convocação de Romário a mudar o pensamento. Houve um telefonema decisivo, em que estava eu, em Secretário. Ali, sentindo a reação de quem estava do outro lado da linha, percebi que havia marcado um gol de placa. Romário foi convocado e, como tinha certeza, carimbou o passaporte da nossa Seleção para a Copa de 94.

Esta cumplicidade da qual ele sequer sabia, teve prosseguimento durante a Copa. Lembro que havia um menininho de seus 13, 14 anos, que sempre via os jogos do Brasil perto de mim. Ficamos amigos e, toda vez que ele ficava nervoso, eu o tranquilizava, dizendo que o Romário resolveria, e isto aconteceu ao longo da Copa. O Baixinho resolveu tudo e foi o grande protagonista da Seleção.

Diria mesmo que dois jogadores ganharam dois canecos para o Brasil. Garrincha, em 62, e Romário, em 94. O mais engraçado é que o menino, meu amigo, era vascaíno e, ouviu de mim, o tempo todo, que após a Copa Romário iria para o Flamengo. Ali, foi o meu momento pitonisa na vida.

Meses depois, era eu eleito presidente do Flamengo. O seguimento da história todos sabem…

Já exaltei o gênio da bola. Agora, quero falar do ser humano. Não fosse Romário, super firme, aliás uma de suas principais características, seria impossível concluir a negociação com o Barcelona.

Graças ao caráter de Romário, marquei o meu gol de placa, o meu gol antológico e inesquecível, como presidente do Flamengo.

A partir daí, tive o privilégio de conviver com uma das mais marcantes figuras humanas que conheci e, o prazer inenarrável de vibrar com o melhor jogador do mundo, vestindo o manto sagrado, com o número 11 às costas.

Hoje é um dia especial. Meio século de um gênio. Meio século do baixinho mais marrento da história do futebol. Meio século de Romário.

Por todos nós, rubro-negros e não rubro- negros, obrigado, Papai do Céu!!!

VIVA ROMÁRIO!!!