As porradas da vida

(Alexandre Schneider/Getty Images)

Liguei a televisão e ainda deu para ouvir o repórter falar a palavra tragédia e, ato contínuo, enviar mensagem de solidariedade para Abel Braga.

Talvez imaginando que todos os telespectadores estivessem ligados desde o início da reportagem, passou para outro assunto e me deixou angustiado. O jovem repórter nunca deve ter ouvido Deni Menezes, que nunca deixava de, a cada entrevista ou matéria, jamais encerrar, sem repetir os tópicos principais.

Como fiquei angustiado e órfão de informação, corri para o Globo.com, e lá me deparei com a tragédia. O filho caçula de Abel, João Pedro Braga, a cara dele, havia caído da cobertura da família, no Leblon, e morrido.

Por mais que a vida ensine, não dá pra segurar este tipo de coisa, vitimando uma família adorável e, um amigo especial, figura humana rara.

Dudu, meu filho, apaixonado pela cultura uruguaia, criou o restaurante Gonzalo, onde o destaque era a carne uruguaia e, de onde Abel não saía, tendo até mesa cativa.

Lembro que uma noite, após o jantar, ficamos conversando no barzinho e, lá pelas tantas, Abel disse que teria que passar mais uma temporada no exterior para poder pagar as obras, que sua mulher comandava, neste apartamento do Leblon, onde certamente foram muito felizes, até este sábado trágico.

Dizer o que para um amigo querido num momento como este? Melhor abraçar e, chorar junto. Algumas porradas da vida são injustificáveis e insuportáveis.

Estou chocado. Que Deus dê força a toda família para suportar esta cacetada da vida.

Força Abelão!!!