Hora de baixar a bola e olhar para frente

Fred Luz (Reprodução do Youtube)

Alguém da minha total e irrestrita confiança ouviu um comentário dando conta de que, um dirigente do Flamengo teria convidado Zinho, para algum cargo na comissão técnica do futebol. Imediatamente liguei para o principal executivo do clube, Fred Luz, para checar a informação. Fred foi claro e transparente, afirmando que até o final do ano não haverá qualquer modificação na estrutura do futebol do Flamengo. E, emendou dizendo que a estrutura atual poderia, também, ser mantida.

Concordei plenamente com a primeira etapa. Seria realmente algo absurdo introduzir fatos novos em uma estrutura já muito mexida. Porém, lembrei que o mesmo não pode ser aplicado para o próximo ano, na medida em que, como qualquer empresa, os resultados ditam o caminho a ser tomado, e as substituições, se necessárias, a serem feitas. A linha de raciocínio, pelo que senti, é essa mesma.

Poeira baixada, pancada que doeu, assimilada, vida que segue… e assim deve ser, até porque o ranço que por ventura venha a ficar, acaba interferindo no amanhã. Como o amanhã do futebol é hoje, sugiro virarmos imediatamente a página, mesmo porque, temos objetivos importantes pela frente.

Pra começar: por favor, por favor mesmo, que tal dar um crédito de confiança ao nosso mais talentoso jogador? Pessoalmente, achei desproporcionais as críticas dirigidas a Diego. Claro que houve um declínio técnico após a contusão, mas caramba, nada de tão anormal. Tenho informações seguras de que, independentemente do aspecto técnico, Diego é de vital importância para o grupo. Achei esta ida para a Seleção absolutamente providencial, onde a autoestima será recuperada e, como no futebol confiança é quase tudo, a tendência é termos em breve o Diego que queremos de volta.

E por falar em confiança, estimo que o treinador Rueda comece a olhar e a tratar Vinícius Júnior com mais atenção e carinho.

Hoje, o futebol anda muitíssimo nivelado, onde com uma boa estratégia defensiva fica difícil se conseguir furar o bloqueio. O “milagre” é o talento. Só o talento, através do improviso, é capaz de mandar qualquer ferrolho para o espaço. No Flamengo, como em qualquer clube brasileiro, talento é coisa rara. Quem tem, ao menos um, precisa valorizar, afagar, dar força, colocar no colo…

O tratamento dado a Vinícius Júnior não tem sido compatível com o retorno que ele pode nos proporcionar. Por melhor que seja o jogador, quando ele sente que o treinador não o vê como fator decisivo, o emocional o coloca no chão e, obviamente, o rendimento cai. Isto vale para um jogador experiente. Imagine para um menino que acaba de completar 17 anos.

Não tenho nenhuma dúvida em afirmar que Vinícius Júnior é um jogador diferenciado. No nosso elenco, além dele, só mais três. Juan, Diego e Éverton Ribeiro. Antes que alguém reclame por não ter citado Éverton, quero dizer que não estou falando em jogador importante, útil, e sim, diferenciado, decisivo.

Não esqueci de Guerrero, a quem vejo como muito bom jogador, mas não no nível dos que aqui citei.

Muito bom que Vinícius Júnior fique no Flamengo e não vá para o mundial sub-17. Esta não é mais a turma dele. Só espero que, daqui para frente, haja um mínimo de sensibilidade e inteligência na utilização desta joia rara.