Tudo errado 2

compulsao_sexualRidículo, diria mesmo, patético, este episódio que tomou conta dos cadernos esportivos envolvendo os jogadores do Flamengo numa festinha, regada a cerveja, e claro, com mulheres à disposição…

Já vi de tudo no futebol. O primeiro caso fora do comum, foi o de um jogador do Flamengo que sofria de compulsão sexual. O nosso personagem que, diga-se de passagem, corria em todos os jogos mais do que qualquer outro companheiro, não conseguia atravessar 24 horas sem praticar o esporte…. Ficava completamente fora de controle. Naquela época, os dirigentes eram sensíveis e sabiam conviver, e entender, primeiro, o ser humano. Este jogador, de passagem longa pelo clube, teve, em função do seu curioso problema, um tratamento diferenciado, o que possibilitou seu próprio seguimento de vida profissional. Houvesse à época, ao invés do “Barão”, genial vice-presidente de futebol, um dirigente troglodita, o Flamengo não teria contado com um dos seus mais aplicados jogadores ao longo da história. As rápidas escapulidelas aconteciam, inclusive, na véspera dos jogos, durante o período de concentração. Era preciso… O tempo e um longo tratamento, patrocinado pelo Flamengo, trouxeram o nosso “jogador espada” à normalidade…

O Hotel Windsor, na Barra, já foi palco de várias tentativas de “armações”. Já houve o caso de um jogador que hospedou uma “gata” no mesmo hotel, num período de concentração. A jogada era deixar todos dormirem, sair de mansinho do quarto dele e, invadir o dela… O nosso personagem só não sabia que, fazia parte da rotina de controle do competente professor Isaias Tinoco, extraordinário e sensível profissional, checar no dia seguinte pela manhã o que as câmeras haviam captado de movimento no andar exclusivo que servia de concentração. O plano foi descoberto. Houve a tentativa por parte do competente atleta em negar o fato, pois saíra do quarto com um capuz para disfarçar, mas a tecnologia o derrotou. Na chave do apartamento fica registrado dia e hora em que o hóspede entrou e saiu do quarto. Isto foi de sexta-feira para sábado, quando a “armação” foi descoberta pela manhã. Na hora do almoço, o jogador foi chamado. Tentou negar, mas acabou se curvando às evidências, que eram pra lá de contundentes. A “gata”voltou pra casa. De sábado para domingo, nenhum problema. No domingo, Flamengo campeão. Na segunda, o nosso “craque armador” recebeu o comunicado de multa, se não estou equivocado, de 20% nos seus vencimentos, quantia esta, por lei, revertida para o sindicato dos jogadores. E a vida seguiu normal, embora, mais à frente, o nosso personagem tenha mergulhado num abismo. Mas, este é outro assunto…

O bom ambiente é tudo. Quando há liderança, fora e dentro do campo, tudo fica fácil, inclusive se organizar com competência os momentos de folga dos jogadores, momentos estes, em que são eles, donos absolutos dos seus próprios narizes. Não preciso aqui mencionar os jogadores que, por temperamento, opção, necessidade física ou sexual, pelas tentações, foram ou são muito ativos no aspecto social. Isto é inerente ao ser humano, e o profissional de futebol não foge à regra. O dia de folga, é sagrado. Nele, naturalmente a lei não sendo agredida, cada um tem o direito de aproveitar como bem entender. Se o que dá prazer é um churrasco em que, obrigatoriamente não possam faltar cerveja e mulheres interessantes, qual é o problema?

Este episódio me soa até como um pouco de covardia. O final do filme é convencer a opinião pública de que a campanha ridícula do Flamengo neste campeonato se deve exclusivamente à irresponsabilidade de cinco ou seis jogadores farristas que, mais preocupados estão com os momentos de lazer, do que com o comprometimento profissional. Ridículo!!! A má performance se deve a um elenco montado com total incompetência e sem nenhum critério. O ano ruim se deve à total falta de liderança, dentro e fora do campo, com gente comandando o futebol com o mesmo conhecimento de causa que o meu amigo Carlos Egon, tem de botânica.

Ora, por favor, todo este episódio é deprimente. Soma de covardia, incompetência, pusilanimidade e mau caratismo.