(Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

O drama do dia

. O Flamengo, se não está em outro patamar, pelo menos deixa claro que é diferente de todos. No noticiário do dia, destaque para as demissões em curso. Curioso que, até então, não havia visto, em lugar nenhum, notícia sobre qualquer clube demitindo.

Claro que isto já ocorreu e, em todos os estados, só que, clube demitindo virou manchete quando o Flamengo demitiu. Em meio a tanta tristeza, pelas mortes, pela incerteza do que vem pela frente, é dolorosa qualquer dispensa. Há, porém, um outro lado, qual seja o de, instituição ou empresa que, para conseguir fechar a conta, não tenha outro caminho a percorrer.

Os dirigentes do Flamengo têm a noção exata, neste momento de excepcionalidade, do quanto terão que gastar, lincado ao que irão receber. E, estou à vontade para falar, pois esta foi minha bandeira. Como presidente, foram quatro anos com todas as obrigações cumpridas e salários, rigorosamente, em dia. Imperdoável não cumprir a obrigação básica, primária, de pagar em dia a quem trabalha. Esta é a premissa. Demitir… dói. Mas se for para manter a dignidade, cumprindo o dever de pagar em dia, perdoado está.

. Enquanto escrevo, recebo mensagem do Fla-Caju, verdadeira bandeira, figura folclórica do nosso futebol, informando que foi demitido. Sofro por ele e por todos os outros que estão saindo, mas não posso deixar de colocar que quem dirige o Flamengo tem a obrigação da visão macro em que, o item número 1, é manter a dignidade.

Estou muito triste, por este e por outros motivos muito parecidos que castigam a alma.

Tomara que o critério para as dispensas tenha sido justo.

Dia triste…