Insensibilidade e covardia

Sem uma única assinatura, apenas com grupos políticos mencionados como autores do manifesto, cujo título é “Oposição destrutiva e oportunista”, fica mais do que claro o quão equivocada é a forma com que o Flamengo é visto, tratado e administrado por este pessoal, pois no fundo aquilo era apenas uma resposta de quem comanda o clube ao grupo de sócios descontentes.

Embora não tivesse comparecido a nenhuma das reuniões, cujo resultado foi o manifesto de insatisfação – principalmente com o rumo do nosso futebol – não poderia deixar de autorizar a inclusão do meu nome entre os que assinaram, por entender que este movimento poderia ser motivo de profunda reflexão por parte do presidente Rodolfo Landim. Neste manifesto de insatisfação, nem com tudo estava de acordo, como por exemplo não carregar a tinta em cima do Bap, que havia se antecipado na demonstração de insatisfação, renunciando ao “conselhinho”, além do meu conceito pessoal de entender ter ele mente brilhante, criativa e com enorme capacidade em fazer as coisas acontecerem.
Como o processo que abraçamos é o democrático, acabei me rendendo ao que a maioria entendeu como texto final, assinei e, não me arrependo.

Os ataques foram dirigidos a mim e ao ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, de quem me aproximei em função de inominável injustiça, a maior da nossa história com um presidente do clube. Alguns dos que se esconderam atrás de nomes de grupos políticos nesta resposta aos insatisfeitos são os responsáveis por esta maldade sem tamanho.

Quanto a mim, a quem atribuem ter cometido “administração temerária para o clube”, vale lembrar que, em dois mandatos, as “nossas contas” foram aprovadas por unanimidade pelo Conselho Deliberativo.
Nesta “gestão temerária”, o Flamengo retomou a dignidade, honrando seus compromissos, principalmente com seus seiscentos funcionários e profissionais do futebol, ininterruptamente, durante quatro anos. De seis mil, chegamos a quarenta mil sócios. A Fla TV foi criada. O sócio torcedor nasceu ali. O sócio off-Rio também. O marketing bateu recorde de faturamento e, sem colocar um centavo, o Flamengo trouxe o maior jogador do mundo.
Aliás, na “administração temerária”, nas transações – de compra ou venda – envolvendo Romário, Edmundo, Bebeto, Zé Roberto, Rodrigo Fabri, Palhinha, para citar os jogadores mais conhecidos, não houve qualquer pagamento de comissão a qualquer empresário. Nada contra eles, só que, nesta “administração temerária”, aos dirigentes amadores esta tarefa fazia parte do dia a dia.

O manifesto chapa branca fala ainda de contratos que geraram enorme prejuízo ao clube, quando na realidade só houve um, por mim assinado, que gerou prejuízo ao Flamengo. Só que, não pela assinatura propriamente dita, e sim, pela inacreditável atitude de gestão posterior à nossa, que acordou em pagar ao Consórcio Plaza o que o Flamengo, comprovadamente, não devia, além de deixar, criminosamente, de acionar judicialmente quem deu causa à não construção do shopping, com contrato em plena vigência, que zerava toda e qualquer dívida do Flamengo para com o consórcio.

Desculpem o texto longo, porém, necessário. Até porque é a única forma de combater quem imagina transformar mentira em verdade, repetindo uma centena de vezes.
E, que ao invés de escrever e agredir, que nossos comandantes acertem o rumo do barco que tanto amamos.