(Foto: Gilvan de Souza)

O mundo novo da bola

Outro dia, em conversa com meu queridíssimo amigo Radamés Lattari, fiquei muito impressionado com a colocação feita por ele e, preocupado, com as consequências da tese levantada.

Vendo estes jogos sem público, embora seja esta uma situação pela qual jamais passamos, sempre tive a sensação de já ter vivido aquilo. Mas como, se nunca havíamos passado por isso?

Radamés matou a charada. Estes jogos sem público são rigorosamente iguais aos treinamentos coletivos. Com o calendário apertado de hoje em dia, os treinamentos coletivos quase que foram abolidos, mas quem já viu muitos, como eu, tem a sensação exata do jogo ser um coletivo.

Era o jogo dos titulares contra os reservas e, muitíssimas vezes, apesar de serem inferiores, até porque eram o segundo time, os reservas venciam.

Em síntese, no jogo sem público – na tese do Rada, com a qual concordo plenamente – a imprevisibilidade aumenta, ou seja, o favoritismo é atenuado.

Viram o que aconteceu com o São Paulo, eliminado no campeonato paulista? Pois é… outras muitas surpresas ocorrerão.

Que ninguém entenda como chororô antecipado ou preparação de terreno para possíveis tropeços rubro-negros o que vou dizer. Estou convencido de que, na ausência de público nestes jogos em meio a pandemia, o Flamengo será o maior prejudicado.

Cada clube tem a sua história e cada qual sabe onde lhe aperta o calo. O nosso maior patrimônio é esta incomparável torcida, que faz o time operar verdadeiros milagres. O calo aperta quando ficamos sem a nossa torcida.

Vejam como as coisas mudam de minuto a minuto. Antes, crítico com respeito à filosofia para definir nosso treinador, agora pedindo compreensão e tempo para quem vai assumir, pois o mundo rubro-negro que Domi encontrará está mutilado, capenga.

Podem escrever. A vacina quando chegar, resolverá dois problemas: o dos seres humanos, e o do Flamengo.