O ser humano…

messiAos amigos queridos do blog, quero confessar que estou “virado”, isto é, sem dormir.

Desde o primeiro sopro de notícia desta descomunal tragédia, saí da minha órbita normal e vagando vou por aí, inclusive sem conseguir um único minuto de sono justo e reparador.

Ontem, foi duro demonstrar um mínimo de equilíbrio emocional após assistir toda a matéria do Jornal Nacional que, diga-se de passagem, foi brilhante na emoção e fraca no conteúdo. O problema é que as notícias, principalmente as decisivas, as que esclarecem, as que dão o norte verdadeiro, não chegam no tempo que desejamos e, não chegou a tempo no Jornal Nacional, mas chegou para o Jornal da Globo.

Já ali – e de forma didática – a apresentação foi feita, ficando claro para qualquer pessoa, inclusive os absolutamente leigos em aviação, que a capacidade de combustível do avião da tragédia era de 3.000 quilômetros e, o local do pouso, um pouquinho menos do que isso, o que por si só, já representava um enorme risco.

Paralelo a isso, é bom não esquecer que aquele avião levava duas delegações pesadas. Explico, até porque, ao longo da minha vida, fiz parte das duas. O peso das tralhas levadas por uma delegação de futebol e, por jornalistas, principalmente de televisão, é algo estarrecedor, é peso que não acaba mais…. Então, ficamos diante do seguinte quadro: uma aeronave com combustível na conta do chá para chegar ao seu destino, e uma carga mais pesada do que o normal, que obriga um gasto infinitamente maior de combustível.

Claro que há uma convenção internacional em que, para um avião decolar, tem ele a obrigação de abrigar combustível suficiente para chegar ao seu destino, mais o necessário para, se ali houver qualquer problema, ter condições de chegar ao aeroporto mais próximo do previsto. Esta fiscalização deve obrigatoriamente ser feita em qualquer aeroporto do mundo e, qualquer avião só pode partir após ter o seu plano de voo aprovado pela autoridade local. Pergunta: como é que as autoridades bolivianas permitiram e aceitaram este plano de voo, com um risco óbvio e, monumental?

Agora, vamos para o outro lado. Acabei de ouvir o diálogo do piloto do avião com a torre e também, o relato de um piloto colombiano que denunciou a operação criminosa desta empresa, que só tinha um avião. Este piloto colombiano, na semana passada denunciou esta atitude criminosa que, até Messi correu risco, pois a AFA também foi “freguesa” destes bandidos.

Em síntese, o comandante do avião, que era um dos três sócios da empresa, na ganância, querendo economizar, traçou este plano de voo, mesmo sabendo que chegaria ao destino no limite máximo de combustível. E, poderia até ter dado certo, não fosse a maquiavélica obra do destino, que fez com que três aviões chegassem ao mesmo tempo e, um deles, solicitado prioridade para pousar, pois havia suspeita de vazamento de combustível.

O irresponsável do comandante, acreditando na sorte, fingiu que não era com ele e aceitou ficar sobrevoando o aeroporto, imaginado que ainda daria tempo. Infelizmente, não deu e, quando sentiu ele que o combustível ia acabar, entregou os pontos pela metade, anunciando uma pane elétrica e pedindo prioridade, que foi concedida, mas aí era tarde demais…

Se por uma obra do acaso, da natureza, de uma falha mecânica, esta infelicidade tivesse ocorrido, a dor seria também grande, porém com outro tipo de revolta. O duro, o inexplicável, o cretino, o absurdo, é saber, é se ter a certeza de que esta tragédia que abalou o mundo só aconteceu pelo mau caratismo de seres humanos.

Já dizia Doalcei Bueno de Camargo, filósofo e extraordinário locutor esportivo: “o ser humano é um grande filho da puta. Há exceções...”

Cada dia amo mais o Messi. Não o jogador, o meu filho de quatro patas que, aliás, está na foto que ilustra esse post. Messi, é absolutamente confiável… a possibilidade de erro no desvio de caráter, é zero!!!