Tentando entender

Lendo a revista Veja desta semana, na coluna “Sobe (em azul) e, desce (em vermelho)” aparece o SBT, no “desce”, pelo fato de no jogo Racing x Flamengo, em Buenos Aires, o canal de Silvio Santos, que transmitiu a partida, ter ficado na pesquisa feita pelo IBOPE, atrás da Globo que, no mesmo horário, apresentava o Jornal Nacional e sua novela principal.

Sabe aquela história do copo com água pela metade, em que, dependendo do ponto de vista, da boa vontade, do humor e por aí vai, pode haver a conclusão de que está meio cheio ou meio vazio? E, este é o caso típico.

Que escreveu, viu o copo quase vazio, achando um absurdo o SBT, transmitindo um jogo do clube mais popular do país, ter passado o vexame de não ter derrubado a Rede Globo.

Vejo de forma completamente diferente, onde o copo quase transborda. Primeiro, quem escreveu esqueceu de apurar e apresentar ao respeitável leitor quais índices de audiência vinha tendo o SBT na sua programação normal. Não é pelo fato de ter ficado em segundo lugar para a Globo que represente um papelão, afinal, a Globo não é o Íbis da comunicação. O que importa é o que a transmissão do jogo do Flamengo agregou à emissora, com respeito ao número de aparelhos ligados. E, esta informação, absolutamente necessária, foi omitida.

Há ainda um lado técnico na questão, mais do conhecimento de quem acompanha o futebol. A transmissão do SBT não foi exclusiva. O canal FOX, que tem penetração no mundo da bola, também transmitiu o jogo e, certamente, pelo fato de estar em sintonia permanente com quem ama o futebol, tirou um bom público do SBT.

Não sei não, mas tive a leve sensação de que a matéria, no fundo, no fundo, tenta passar a mensagem de que o Flamengo não está com essa bola toda…

Caso esteja enganado, já antecipo minhas desculpas, mas não posso deixar de dizer que por trás daquelas linhas há um coração que está longe de ser rubro-negro. E, quem sabe, tenha até um odiozinho enrustido.