(Foto: Ricardo Moraes / Reuters)

Azeitona na empada do inimigo

Embora tivesse havido uma repercussão maior após o jogo contra o Fluminense, em outra oportunidade, nos 4 a 4, contra o Vasco, já se ouvia no Maracanã o coro de “time de assassinos”. A atitude ofensiva e desumana traz no seu bojo também a ignorância de quem não sabe discernir time e clube.

Não quero me aprofundar no tema, até porque é por demais complexo. Desejo apenas sugerir aos companheiros que dirigem o Flamengo que, de uma vez por todas, resolvam este problema.

A causa foi entregue a dois escritórios de advocacia, com um deles cuidando da área civil e outro na criminal.

Saber jurídico é de competência dos advogados, porém, o tom, obrigatoriamente, da instituição. Em síntese, o Flamengo tem que dizer o que quer, o limite de tempo e de gasto. E, acompanhar o assunto como ele merece.

Com todo respeito aos advogados que cuidam do caso, talvez nenhum deles tenha a sensibilidade do quão importante para o Flamengo seja haver um final para este infeliz e triste episódio, o mais rápido possível. Arrastar este assunto, para economizar alguma coisa ou -desculpem, mas tenho que falar – ter nesta opção uma melhor estratégia de remuneração para os escritórios, bate de frente com o interesse da instituição.

Será que os insensíveis não entendem que, para muita gente, com o Flamengo “nadando em dinheiro”, pagando 61 milhões de reais de prêmio aos seus jogadores, seja incapaz de atentar para o lado humano, em tragédia que, mesmo sem a menor intenção, foi responsável?

Não é possível que não esteja bem claro para todos que, muito mais do que pela própria tragédia, o Flamengo esteja sendo agredido pelo fato de não ter dado fim, com dignidade, a ela?

E não se iludam. Se isto não tiver um fim e, rápido, as agressões que começaram pela torcida do Vasco, com sequência pela torcida do Fluminense, vão se espalhar Brasil afora.

Qualquer problema começa a ser resolvido com atitude. Esta decisão não compete a um escritório de advocacia.

Quem sabe onde aperta o calo do Flamengo são os rubro-negros de verdade e seus dirigentes.

Vamos virar esta página e parar de colocar azeitona na empada dos outros?

O Flamengo, como Jorge Curi definia a Rádio Globo,  “engole um elefante e engasga em um caroço de azeitona”.