O elefante e o caroço de azeitona

Estádio Raulino de Oliveira, também chamado de Estádio da Cidadania (Foto: Cristina Dissat).

Todos que acompanham o blog sabem o que penso e o quanto tenho elogiado a administração do presidente Eduardo Bandeira de Mello. Portanto, pontualmente, me dou ao direito de discordar de algo que, no momento, possa ser encarado como de pouca importância, porém, no futuro, poderá ter influência negativa e, tomara que não, mas também decisiva.

A intenção do Flamengo era inaugurar a Arena na Ilha do Governador neste jogo contra o Botafogo e, em meio a correria para aprovar tudo com as autoridades competentes, estranhei que o Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, fosse o estádio definido como opção alternativa.

Imediatamente me questionei – ué, e o Maracanã? Imaginei que, como o jogo estava marcado para domingo às 11 horas da manhã, um jogo à tarde poderia inibir a realização do clássico contra o Botafogo.

Consultando a tabela do campeonato, verifiquei – e com espanto – que não havia nenhum jogo marcado para o Maracanã. O resumo da ópera é simples. O pessoal do Flamengo tentou jogar no Maracanã, mas esbarrou na negociação com a Odebrecht, considerando caro o preço pedido.

Longe de questionar a competência de quem negocia pelo Flamengo, até porque, considero que o clube está muitíssimo bem entregue, gostaria de apresentar o seguinte argumento: no ano passado, o Flamengo viajou para jogar como visitante e também mandante, o que causa um desgaste além do normal. Neste jogo contra o Botafogo, claro que, como mandante, o ideal é ficar no Rio, pois nas rodadas seguintes, tome viagem… e que ninguém venha me dizer que não há desgaste para jogar em Volta Redonda, pois já vivenciei tudo isso e é realmente desgastante.

Muito mais cômodo ficar no Rio, concentrar no Hotel Windsor e jogar no Maracanã, além de termos, no estádio onde temos identificação histórica, 90% de torcedores rubro-negros.  Ah, mas é caro e estão nos passando pra trás. Ora, se a Arena da Ilha, a partir da semana que vem já estará aprovada, que se entube o preço cobrado apenas para este jogo e, depois que se dê uma banana para a Odebrecht e, vamos jogar na Ilha. Depois, com uma nova licitação, talvez o panorama mude e, com isso, tudo volte a normalidade.

Outro argumento interessante é que o jogo poderá ter um grande público, principalmente se Diego e Conca forem confirmados, mesmo que no banco de reservas. E, este grande público, com certeza, proporcionará uma bela renda, minimizando um possível prejuízo projetado.

Enfim, este tema me parece um caroço de azeitona perto de vários elefantes que esta competentíssima diretoria já conseguiu engolir. Mas, às vezes é assim mesmo. Quem é capaz de engolir um elefante, engasga num caroço de azeitona.

Mas, será que ainda não dá tempo para mudar?