Reprodução da TV

G A B I G O L

Este único nome é inspiração para vários comentários.
Gabigol foi punido com dois jogos de suspensão pelo STJD por ter criticado a forma como é conduzido o Campeonato Brasileiro. Ao sair de campo após levar o segundo cartão amarelo, nosso artilheiro utilizou a palavra várzea para qualificar – ou, desqualificar – a mais importante competição nacional.
Quem julgou e penalizou o jogador se baseou no regulamento do campeonato que inibe a crítica, castigando de um a seis jogos de suspensão quem tenha sido ofensivo.

Aí, vale a pergunta: Gabigol foi ofensivo, foi agressivo?
Acho que as pessoas estão perdendo a noção das coisas. Recentemente, na confusão de ter público ou não na partida entre Flamengo e Grêmio, deu para notar com clareza que muita gente tenha perdido a noção do que seja isonomia. Agora, fica claro que tem gente e, gente que julga, que não tem a mínima noção do que seja o livre direito de opinião. Comparar o Campeonato Brasileiro a um campeonato de várzea, é apenas uma opinião, um direito de qualquer cidadão, garantido pela constituição.
Gabigol não agrediu verbalmente nenhum dirigente. Apenas deixou clara a sua insatisfação naquele momento. Se está com a razão, ou não, são outros quinhentos. Haverá quem concorde e quem discorde. E, ponto final.

Fato é que este regulamento do nosso campeonato dá a clara sensação de mordaça, incompatível com o processo democrático.
Como o Flamengo conseguiu o efeito suspensivo, o tema será empurrado com a barriga, com o julgamento no pleno ocorrendo mais adiante. Deveriam os membros do STJD utilizar este tempo para uma profunda reflexão e concluir que podem estar sendo cúmplices de ação arbitrária e antidemocrática.

Isto é uma coisa. A outra coisa, ainda sobre Gabigol, é o seu infantil comportamento em campo, que um dia pode custar muito caro ao Flamengo.
A lição que Gabigol deu no árbitro de Flamengo e Grêmio, gritando “Vamos jogar!!! Vamos jogar!!!”, também serve para ele. Deixar de entrar na pilha dos adversários, deixar de reclamar de tudo e de todos e, jogar…
Já imaginaram Gabigol com todas as suas qualidades e sem este defeito?
Pois é. Quando lancei no ar está questão, um amigo, Vinícius França, mais do que depressa respondeu: “‘nem quero imaginar. Se isto ocorrer, rapidinho estará jogando na Europa”.
Como discordar? Resumo da ópera: melhor deixar como está…