Ontem, no Maracanã, nas mais variadas rodinhas, um assunto que estava em todas era o da medida provisória que garante parcelamento aos clubes mediante algumas contrapartidas. E, aí é que começa o papo e, aí é que pinta o perigo.
Quando ouvi no discurso da presidente Dilma, ela se referir ao Flamengo, como “o clube Flamengo”, tive a certeza absoluta de que, o que a nossa presidente conhece sobre o mundo dos clubes, sobre futebol, é o mesmo que eu sobre botânica, ou seja, zero. Claro que muita gente deve ter enfiado o bedelho, palpitando muito, até sair o formato final da medida provisória. Não que considere de todo ruim, apenas há algo nesta contrapartida que me assusta um pouco. Para que fique bem claro o meu ponto de vista, faço questão de repetir o que já disse uma centena de vezes. Considero saudável qualquer tipo de renovação. Quando me candidatei à presidência do finado Clube dos Treze, o meu primeiro compromisso de campanha foi o de garantir a renovação no comando da entidade, propondo modificação estatutária que permitisse apenas uma reeleição. Portanto, que fique bem claro que acho toda renovação saudável. Agora, daí a enfiar goela abaixo de quem quer que seja que este meu ponto de vista é definitivo, que de tão bom deva virar lei, vai uma distância enorme. Que direito tem o governo de exigir, por exemplo, que não deve haver reeleição no Vasco da Gama, se o quadro social do clube deseja fazer de Eurico Miranda presidente vitalício? Cheguei a este ponto para deixar claro que, quem sabe da vida do Vasco, quem sabe o que é melhor para o Vasco, é o seu quadro social e não uma medida de força, tão comum aos ditadores da vida…
A minha esperança é que deputados e senadores corrijam esta autêntica grosseria ao processo democrático.
Kleber,
Ninguém é obrigado a aderir. Adere quem quiser. Agora se quiserem o benefício que se enquadre na lei. Acho a medida do governo perfeita, justa e correta.
Perfeito, Eliel. Não há nenhuma medida de força, visto que o parcelamento das dívidas se dá por processo voluntário, desde que obedecida a regra em todos os sentidos.
Não é bem assim, quem aderir tem que se adaptar as regras impostas pelo governo.
O pacote do governo ajuda muito, mas interfere nos estatutos dos clubes.
Sou a favor de quase todas as reeleições, sou contra quase todos os colégios eleitorais.
Agora se os deputados determinam que não pode existir reeleição nos clubes, deviam limitar também os seus mandatos a uma reeleição.
Concordo, Radamés!
Alinhar isso com os Conselhos dos clubes, é muito difícil.
Ainda mais se tratando de clubes com oposições ferrenhas. Nosso caso!!!
Regras impostas pelo governo, é o grande problema para esta adesão.
Por um lado alivia muito o clube. Por outro, Atrela o governo como “sócio-proprietário”.
A MP é saudável! Mas como tudo, ainda merece estudos profundos.