Ricardo Nogueira/CBF

Flamengo e Seleção

Houve um determinado momento do jogo Brasil x Equador que pensei cá com os meus botões: “o nosso time é melhor do que esta seleção”. Não comentei com ninguém, até por achar que poderia eu estar raciocinando com o coração. Fui dormir com este tema encasquetado na minha cabeça e, ao despertar, pude concluir que, apesar da inegável paixão rubro-negra, de cabeça fria, continuava com a mesma sensação.
Se o Flamengo não tem um jogador que individualmente seja igual a Neymar, em contrapartida, tem um somatório de jogadores mais decisivos e criativos, além da força do conjunto, afinal este time está jogando junto faz um tempão.

Seleção estranha essa que, de uma hora para outra surgem algumas caras que paradas na porta da Central do Brasil não serão reconhecidas por ninguém.
A simples escalação de Gabigol deve ter sido a grande alavancagem para a audiência televisiva. O torcedor não estava ligado nesta seleção. A presença do mais carismático jogador do Flamengo levou todo mundo para frente da telinha. Os rubro-negros torcendo a favor e, o arco-íris contra. Gabigol, apesar de dois gols perdidos, deixou boa impressão.

Fato estranho foi aquele “apoio” dos jogadores ao treinador Tite. Não pareceu natural. Claramente estava programado para quando saísse o primeiro gol. Embora seja de opinião de que esta Copa América no Brasil é completamente fora de qualquer propósito, beirando a irresponsabilidade, entendo que a posição de Tite tenha significativa conotação política, além de extrapolar a sua real função na seleção.

Já a nossa Seleção Olímpica passou um perrengue que só o futebol proporciona. Dominou o jogo todo, perdeu uma infinidade de gols, fazendo apenas um, e viu o adversário africano atacar duas vezes, fazer dois gols e vencer o jogo.
Na realidade, nós treinamos e eles jogaram.
Do meio para frente esta Seleção Olímpica é muito boa, onde criatividade não falta. Muito bom ver jogando juntos Claudinho, Gerson e Pedro.
Por falar em Gerson, ao contrário do comentarista do Sportv – que afirmou que a venda de Gerson foi boa para todos, citando o jogador, o Flamengo e o Olympique – afirmo que a venda de Gerson foi muito ruim para a torcida do Flamengo. Já aprendemos que quando se perde um jogador desta qualidade, o torcedor é que paga a conta. Gerson fará enorme falta. O favoritismo do Flamengo sofreu enorme e comprometedor abalo.