“Não vamos gastar”

Esta foi a manchete de hoje na principal página do caderno de esportes do jornal O Globo. O autor, Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo. Conclusão:  Acho que está havendo uma enorme confusão no ar.

O que o nosso presidente entende por gastar? Mandar André Santos embora e pagar 4 milhões de reais ao jogador, sem este ter que jogar, é não gastar? Pelo fato de Vanderlei ter tido um dia algum problema com Felipe, continuar pagando a ele sem jogar, é não gastar?

Não vou aqui mencionar jogadores que foram contratados e não deram certo. Isto seria covardia, até porque, no futebol não se tem garantia de nada. Portanto, sem essa de oportunismo. O papo é outro. O assunto é COERÊNCIA.

Perguntas:

  • Por que o Flamengo se dispôs a pagar uma pequena fortuna mensal por Conca e não aplica a mesma quantia destinada ao argentino, para contratar um jogador de peso neste momento crucial?
  • Por que o Flamengo, que brigou cabeça a cabeça com o Corinthians para ter Emerson Sheik, seis meses depois, quando jogador e Corinthians passaram a não se entender, não topou pagar a metade do que estaria disposto a pagar anteriormente?

Quem lê a manchete “NÃO VAMOS GASTAR”, logo imagina que o Flamengo não fará nenhuma loucura, pagando fortunas pelos direitos econômicos de jogadores de peso. Exemplo: Para tirar Messi do Barcelona, a multa a ser paga ao clube espanhol passa de 500 milhões de euros. Isto seria loucura.

Outra coisa completamente diferente é, com competência, localizar no mercado jogadores que possam ser contratados apenas pelo salário. Agora mesmo, o noticiário da conta de que Robinho está indo para o Santos, apenas pelo salário. Nilmar para o Inter, pelo salário. Wellington Nem, irá para algum clube, pelo salário. Cícero foi para o Fluminense, pelo salário. Giuliano, foi repatriado pelo Grêmio, pelo salário e, Kleber foi para o Vasco, que disputa a segunda divisão, com o Grêmio pagando a metade do salário e o Vasco a outra metade. Sei que alguém vai argumentar que Kleber é jogador problema. Realmente é problema, mas é jogador. Em síntese, como se montar um elenco sem gastar com os salários dos jogadores. Outra pergunta: Pagar salário, é gastar? Se é, e não se quer gastar, melhor mudar o estatuto e, o Clube de Regatas do Flamengo virar só Clube de Regatas do Flamengo, sem futebol. Ah, esqueci. Não dá. No remo também tem salário. E agora…?   Clube de esgrima do Flamengo?

Companheiros, há uma enorme diferença entre não cometer loucura e não gastar. Não cometer loucura é elogiável, como elogiável é a dignidade de toda esta diretoria. Não gastar, impossível!!! Não gastar, suicídio!!!