(Foto: Reginaldo Pimenta)

O exemplo que, infelizmente, não vem de cima

Houve uma decisão entre Flamengo e Botafogo e, se não estou equivocado, no ano de 2008, quando era vice-presidente de futebol, em que a rivalidade era enorme, fato que sinalizava com clareza de que algo deveria ser feito, no sentido de que os torcedores entendessem que aquilo não era uma guerra e, muito antes da paixão por um clube, o respeito à vida vinha em primeiro lugar.

A decisão era em um domingo. Na sexta-feira, antevéspera do clássico, diretorias, comissões técnicas, jogadores e imprensa responsável pela cobertura da decisão confraternizaram em um almoço no restaurante Mr. LAM, de propriedade do botafoguense Eike Batista, em que todos os garçons usavam – como uniforme – uma camisa, metade rubro-negra, metade alvinegra.

No segundo andar do Mr. LAM, unidas as bandeiras de Flamengo e Botafogo. Vivemos uma tarde mágica, em que materializamos a nossa mensagem de paz para todos os torcedores.

Claro que a divulgação do inusitado fato teve enorme repercussão em toda mídia. A decisão, apesar do sofrimento para os dois lados, pois ganhamos nos pênaltis, transcorreu sem que houvesse qualquer registro de violência.

Em síntese, dirigentes de Flamengo e Botafogo fizeram o que lhes competia, qual seja, antes de qualquer coisa, zelar pela segurança, pelo bem-estar e pela vida de seus torcedores.

Neste último jogo, o que se viu e ouviu fora e dentro de campo, foi a antítese do que foi feito em 2008.

Conversei com Marcos Braz e Paulo Pelaipe. Fora de campo, violência e truculência seguiram. Pelaipe disse ao treinador do Botafogo que deveria ele, por ser jovem e promissor profissional, dominar melhor seu emocional, pois este tipo de comportamento acaba influenciando negativamente jogadores e torcedores. Ao invés de responder de forma polida, o treinador do Botafogo teve um ataque de histeria, o que provocou reação à altura do gerente de futebol do Flamengo que, de pronto, o mandou à PQP.

Tão alterado estava o treinador do Botafogo que, partiu para agressões verbais ao vice de futebol do Flamengo, chegando inclusive a ameaçar, dizendo que sabia onde encontrar Marcos Braz na Barra da Tijuca.

Que papelão! Não bastasse um time que, visivelmente, entrou em campo para intimidar o adversário, distribuindo porrada sem cerimônia, este espírito bélico teve seguimento no caminho para os vestiários.

Muito feliz foi o doce Portuga, atribuindo ao treinador do Botafogo tudo que se viu de ruim.

Que péssimo exemplo. Talvez o que se viu neste Flamengo e Botafogo possa explicar o fato de um treinador, em um único campeonato, estar próximo de rebaixar dois clubes.

Em tempo: não é de hoje que afirmo que este Vuadem é um árbitro inconfiável. Quando ele apita, há dois jogos. Um, o que todos veem e, um outro que, só ele vê.

O número de faltas anotadas pela arbitragem esteve longe da realidade do jogo. Houve um número infinitamente maior, só que Vuadem acha lindo deixar o pau comer, sem nada marcar.

De certa forma, dentro do seu modo irresponsável de apitar, foi ele um dos incentivadores de toda violência, dentro e fora do campo.