O Pelé do meio campo

Tostão, que escreve tão bem quanto jogou bola, em uma de suas inspirações literárias, fatiou o campo de futebol e elegeu para cada posição o melhor do mundo, entre aqueles que viu jogar.

E, para dar um sentido perfeito à sua escolha, para que ficasse bem claro tratar-se do melhor, recorreu ao Rei do futebol e, a partir daí era ir anunciando, o Pelé do gol,  o Pelé da zaga, o Pelé do meio campo e, por esse caminho seguiu.

O Pelé do meio campo, ou seja, na opinião de Tostão o melhor meio campista do mundo, foi Gérson, o “Canhotinha de Ouro”. Para início de conversa, concordo e aplaudo de pé a escolha de Tostão, pois como não vi Evaristo jogar, Gérson foi o primeiro “gênio” que vi envergar o “Manto Sagrado”.

Lá atrás, bem no início dos anos 60, houve uma longa excursão da Seleção Brasileira pela Europa e quem era Flamengo vibrou muito com a convocação de Gérson que, à época tinha, se não estou equivocado, 21 ou 22 anos. Bom frisar que naquele tempo era uma glória quando um jogador do seu clube era convocado para a Seleção Brasileira.

Gérson entrou definitivamente e, jamais saiu da minha vida, no exato momento em que o Flamengo o entregou “de bandeja” para o Botafogo. Ali, despertou em mim a veia do jornalismo. Não me conformava com aquele absurdo, com aquela falta de visão de que estávamos nos desfazendo de um jogador genial. Precisava gritar, berrar contra tamanha estupidez. Naquele momento, ficou claro o que queria fazer nesta vida.

Não bastasse algo tão marcante, tive a honra e o privilégio de conviver com meu querido amigo “Papa” (abreviatura de Papagaio), familiar e profissionalmente, pois ao pendurar as chuteiras, o nosso personagem veio para o meu mundo, o da “latinha”, onde até hoje brilha.

O primeiro comentário, para o primeiro programa de Gérson na Rádio Tupi, coube a mim a produção. Duro foi encaixar em três minutos o tema que ele havia escolhido. No final deu tudo certo, mas três baldes de fita foram para o lixo…

Como no futebol, nosso Papa aprendeu rápido os macetes do Rádio, onde hoje é um craque.

Viajamos juntos pelo mundo e o que não falta é história pra contar, mas isto fica para outro post.

Além da convivência profissional mundo afora, o privilégio da convivência familiar, onde em casa, Maria Helena continua sendo a parceira que todo homem sonha ter. Família linda. Hoje, vovós adoráveis e apaixonados.

Ia esquecendo. Tive a honra de jogar inúmeras, inúmeras e inúmeras peladas com nosso Canhota. Já imaginaram o que isto representou para mim?

Aí também há muito a ser contado. Também fica para depois.

Gérson, o Canhota de Ouro, meu ídolo eterno, o Pelé do meio, completa hoje, neste 11 de Janeiro, 79 anos.

Parabéns Papinha!

Obrigado por tudo! Pela importância que você teve na minha vida, pelo extraordinário amigo e companheiro e, como brasileiro, não preciso nem falar…

PARABÉNS!!!

E, VIVA A VIDA!!!

Outro craque, não da bola, mas cracaço do jornalismo, Renato Maurício Prado, também aniversaria hoje. Em Itaipava, com inúmeros e maravilhosos filhos de quatro patinhas, e cercado de amor por toda família, Renatão vai festejar mais um ano de vida.

PARABÉNS!!!

VIVA A VIDA!!!