(Foto: Tossiro Neto)

O perigoso VAR

Vi todo o nosso jogo em um camarote, cercado por todos os lados por torcedores do Athlético Paranaense. E, neste jogo, em que apesar de saberem que estávamos ali, eu e meu filho Dudu, para torcer e, muito, pelo Flamengo, além de termos sido tratados com carinho e respeito, os torcedores athleticanos contribuíram para que amadurecesse um conceito sobre o VAR que, venho aqui pregando.

Vocês estão lembrados de que, em função do que venho vendo nos jogos, tenho demonstrado enorme preocupação com o fato do torcedor estar receoso de comemorar um gol para não pagar mico?

Pois é… na arena athleticana, o torcedor ficou com cara de bobo em quatro oportunidades. É isso mesmo!  Comemoraram três gols. Os três anulados pelo VAR. E, se não bastasse, comemoraram um pênalti, após consulta ao VAR. A maneira equivocada do arbitro sinalizar, pois ao invés de levantar o braço, indicando a falta antes do lance do pênalti, fez o sinal característico de quem marca a penalidade máxima, iludiu o torcedor do Atlético.

Na saída, os comentários eram os mesmos: “acabou. Não dá mais para comemorar gol. Estou me sentindo um babaca. Comemorei quatro é só valeu um”. E muitos outros comentários, bastante parecidos, só mudando as palavras.

Outro absurdo, o fato de em um impedimento cabeludo, o bandeira não marcar, deixando a jogada ser concluída para, se necessário, consultar o VAR. Ora bolas, se é assim, se é para deixar tudo para o VAR, não seria mais econômico dispensar os bandeiras?

Em síntese, o VAR está deixando o torcedor com cara de bobo e, como ninguém gosta de ser achincalhado, por incrível que pareça, o grito de gol, o orgasmo do futebol, começa a ser contido.

Aqui no blog, nosso companheiro DIOGO RAMOS definiu com extremo pragmatismo : “o VAR é bom, mas é uma merda”. Vou além: o VAR está, aos poucos, em doses homeopáticas, liquidando com o tesão do torcedor.