Roger Amor Flores

Quando ia começar a escrever, me veio a imagem do meu querido amigo Mario Gobbi, presidente do Corinthians e, para quem não conhece, uma das mais interessantes figuras humanas que este mundo já viu. Quando quer se referir a alguém a quem realmente ama, não poupa o verbo e o coloca como se sobrenome fosse. Por isso o título da matéria. Inspirado em Mario Gobbi, acrescento a palavra amor, entre nome e sobrenome do nosso homenageado deste domingo.

Roger “Amor” Flores completa hoje 36 aninhos de vida. A primeira vez que com ele estive pessoalmente foi em um momento de muita dor. A delegação de ginástica olímpica do Flamengo, em que a irmã dele era uma das estrelas, se viu envolvida em um grave acidente na estrada, em São Paulo. Aí, nos conhecemos no Hospital Albert Einstein e sofremos juntos na torcida pela recuperação das nossas meninas. Longos dias, sofridos dias… em que ele foi uma muleta para sua mãe, àquela altura desesperada pelo que poderia ocorrer com a filha. Roger foi companheiro. Companheiro otimista, alimentando a alma da mãe com doses permanentes de mensagens positivas. Um companheirão!!!

O tempo passou, a carreira dele decolou e, como sempre fui apaixonado pelo futebol arte, jamais deixei de acompanhar o bom menino, bom de bola. Um belo dia, eu na vice-presidência de futebol do Flamengo, surge a oportunidade de contratá-lo. À partir daí, começou uma relação de profunda amizade. Alguns momentos foram mágicos, como todos na arrancada que o Flamengo deu rumo à Libertadores e, no meio disso, um gol espetacular marcado por ele, contra o Corinthians, na baliza à esquerda das cabines de rádio, no Maracanã. O Flamengo precisava da vitória para continuar na sua arrancada e o Corinthians brigava para não cair para a segunda divisão. O gol foi no fim do jogo. Uma pancada de canhota no ângulo. Naquele momento eu estava ao lado do professor Isaias Tinoco, na boca do túnel. No gol, não resisti e comemorei quase entrando em campo. Uma loucura…

Nesta noite, saindo do estádio pelo antigo portão 18, uma cena me marcou muito. O semblante de Andres Sanches, a quem não conhecia e posteriormente viria a ser um grande amigo, entrando no ônibus do Corinthians. Pensei em parar o carro e descer para confortá-lo. A minha timidez falou mais alto e me arrependo disto até hoje.

Voltando ao nosso tema central. Mesmo após deixar o Flamengo, continuamos amigos. Primeiro, Roger no mundo árabe e depois no Cruzeiro. Fui padrinho de casamento dele e, assim nos tratamos até hoje. Ele me chamando de padrinho e, eu a ele, de afilhado. Depois, surgiu a possibilidade de virar comentarista. Dei força. Roger é independente, tem uma enorme facilidade de comunicação e, como ele é no dia a dia, não abre mão de dizer o que pensa. Resultado: Começou no Sportv e agora seus pitacos já são ouvidos e vistos na TV Globo. Pai exemplar e amoroso, filho para ser motivo de orgulho para qualquer pai e mãe, amigo leal de todas as horas, craque na acepção da palavra e bom de latinha… (microfone, na linguagem do rádio).

Quanta coisa boa nestes 36 anos… Parabéns, meu afilhado!!!

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