(Foto: Marcos Ribolli)

O peso da camisa e o silêncio no Ninho

Por motivos óbvios, secadora em punho, assisti aos dois últimos jogos do São Paulo, o primeiro contra o Corinthians e o deste meio de semana, diante do Atlético Mineiro. A sensação clara foi a de que vi dois times completamente diferentes do São Paulo, como se no primeiro jogo tivessem entrado em campo os reservas e o time principal jogando contra o Atlético.

Na realidade, o São Paulo jogou com força máxima nos dois jogos. Deveria ter sido goleado pelo Corinthians, que venceu apenas por 1 a 0. Em tese, contra adversário, tecnicamente mais difícil, não teve nenhuma dificuldade em fazer 3 a 0. E como é que se explica isso?

A verdade é que o futebol tem os seus caprichos. Por exemplo e, sem desmerecer o clube mineiro, mas fato é que o time do São Paulo vê e respeita o Corinthians de uma forma, e o Atlético, de outra. Como dizia Nelson Rodrigues, se o time do Corinthians fosse representado por onze cabos de vassoura, as camisas fariam o São Paulo tremer na base. É o tal aspecto psicológico, invisível, mas capaz de definir jogos e campeonatos.

Antes que alguém argumente, citando o fator campo como importante ou decisivo, já que o São Paulo foi derrotado na casa do adversário e quando venceu, foi em casa, lembro que na pandemia, jogar em casa é absolutamente relativo, pois sem público, a vantagem não existe.

É meus amigos, no futebol a camisa pesa e, muitas vezes, decide.


 

Mudando de assunto. Repararam a calmaria rubro-negra? Nenhuma confusão, nenhum disse me disse, poucas linhas nos jornais, raríssimas imagens na telinha. Parece que estamos em gozo de férias ou que nem existimos. Isto é muito bom!

Quando aqui coloquei que neste campeonato por pontos corridos, pelo elenco superior que tem, o Flamengo só perde se for para ele mesmo, muitos não entenderam. O que quis dizer é que se não cometermos erros grosseiros, como deixar o ambiente desandar, o famoso “fogo amigo” fazer parte do dia a dia, lotar o departamento médico com retornos em ritmo de tartaruga, escalar e substituir equivocadamente, não renovar o contrato de Diego Alves e “otras cositas mas”, não há como não ser superior aos outros times e, em consequência, ser campeão. Agora, ficou claro?

Para finalizar e sei que muitos irão discordar, mas com a vitória do São Paulo sobre o Atlético, o desenho deste final de campeonato está muito claro. São Paulo e Flamengo vão disputar ponto a ponto até o final. Como único “intruso”, pela disputa do título, restou ainda, o Palmeiras. Por enquanto…

Ia esquecendo. E o nosso Renato Gaúcho, hein? Será que depois da cacetada que levou do Santos continuará afirmando que o time do Grêmio joga o melhor futebol do Brasil?

Como dizia minha avó Corina, “é melhor ouvir isso do que ser surdo”.