Altitude é o “azareio” máximo

Uma atitude isolada do Flamengo, em trabalho científico irrefutável, fez com que a FIFA decretasse o fim de jogos oficiais na altitude, se não me equivoco, acima de 2.800 metros.
Aí veio a política e parceiros, inclusive Maradona, para detonar o que a ciência determinava. Para Maradona o castigo não tardou, pois sofreu impiedosa goleada em La Paz, cuja única explicação lógica foi o efeito devastador da altitude para quem vive ao nível do mar.

Incrível como as pessoas assumem posturas e opiniões sem o menor conhecimento de causa. Trato como irresponsabilidade um profissional da comunicação dizer que este negócio de altitude é balela…
Já vi de tudo na altitude. Certa vez, na Rádio Globo, tive que narrar, comentar e fazer as reportagens, pois Jorge Cury e João Saldanha acusaram o golpe do morro alto.
Já vi um jogador – João Paulo – em jogo da Seleção em La Paz, cair duro enquanto fazia o aquecimento para entrar. Polichinelo maldito…
Já vi o maior jogador que já vestiu a amarelinha depois de Pelé, sequer conseguir sair do hotel para o estádio, em jogo da seleção em La Paz.
Portanto, quem não sabe, que ouça ou, que leia.

Tudo isto é para dizer que, pelo simples fato de ter que jogar na altitude, é um azareio monstro.

Hoje, em condições normais, o Flamengo é capaz de vencer qualquer adversário no continente sul-americano, em casa ou fora. O problema é que a altitude muda o script, onde o aspecto técnico deixa de ser fundamental.
As vantagens no confronto nas oitavas, quartas e semifinais, são obtidas nesta fase de classificação, onde somar pontos é decisivo. E somar pontos jogando na altitude é muito mais difícil.

Enfim, como dizia o mestre João Saldanha, “vida que segue…”