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Olho grande

Minha saudosa avó Corina, se aqui entre nós estivesse, resumiria em duas palavras o momento rubro-negro: “Olho grande!!!”

Caramba, não bastassem os problemas internos – de conhecimento de todos – chega a notícia de que seis jogadores (Diego Ribas, Isla, Bruno Henrique, Michael, Matheuzinho e Felipe Luiz) testaram positivo e, claro, serão desfalques por um bom tempo.

Segundo o noticiário, a CONMEBOL se recusa a adiar o jogo desta terça-feira, alegando que o Flamengo tem em seu elenco o suficiente para ir a campo.

Quando você se depara com este tipo de conclusão, fica bem claro que os interesses materiais estão dando de goleada no que de mais básico há na vida, como por exemplo, o respeito à própria vida.

Não bastassem os problemas internos – e não são poucos – vamos ter que fazer do limão uma limonada, na obrigação de conquistar três pontos contra o lanterna do grupo.

Já falei aqui da estratégia tática suicida no vexame dos 5 a 0. A nossa postura em campo, ignorando a altitude, foi a responsável pela goleada. O problema é o que vem a seguir.

Ouvi um comentário – simplesmente brilhante e direto – do comentarista Pedrinho sobre o grande equívoco do treinador catalão.

Pedrinho deixou claro ser um absurdo um treinador ter uma cartilha sobre o que entenda ser a melhor opção tática. No caso de Dome, defende ele e, aplica no Flamengo, o fatiamento do campo, com cada jogador ficando preso ao seu quadrado.

Pedrinho indagou: “Como inibir, proibir Éverton Ribeiro de ser uma formiguinha, ocupando todos os espaços do campo? Como limitar uma faixa de campo para Gabigol, se o seu segredo de sucesso consiste nos deslocamentos que infernizam as defesas adversárias?”

Em síntese, o que Pedrinho afirma, é o que venho dizendo aqui o tempo todo. Não há uma estratégia que seja perfeita, pois dependerá sempre do material humano disponível.

O grande acerto do doce Portuga foi entender isso, e – respeitando as características de todos os jogadores – encontrar o melhor caminho.

A altitude passou e Dome deve ter aprendido a lição. O que me preocupa é o que vem pela frente. Se, em favor do que entende como a tática perfeita, continuar castrando as virtudes dos nossos principais jogadores, a nossa vaca vai para o brejo, com bezerro e tudo…

Como sempre apregoa o grande rubro-negro Fernando Versiani, “certo é o que dá certo”…

Que Dome abra mão da sua “fórmula mágica” e permita que cada jogador contribua com o que tem de melhor. Ou, se não concordar, que vá embora e, o mais rápido possível.