Benedito Ferreira (Reprodução da TV)

Tentando entender

Vi o depoimento ao Fantástico, de Benedito Ferreira, funcionário do Flamengo, admitido como auxiliar de segurança em 14/10/2008 e, ao final da matéria fiquei confuso. Havia em mim, novamente, o sentimento de dor pela enorme tragédia e, um misto de compaixão pelas lágrimas de Benedito e de curiosidade, querendo entender o objetivo daquele depoimento.

Tenho uma linha direta com todos os funcionários do Flamengo, que me reverenciam, permanentemente, pelo fato de durante quatro anos como presidente, terem recebido seus salários religiosamente em dia. Repito sempre que não fiz mais do que a minha obrigação, argumento insuficiente para que sempre seja por eles lembrado e acarinhado.

Quem melhor do que os funcionários do clube para me ajudar a entender o depoimento de Benedito Ferreira?

Pois é, fui à luta, correndo atrás do fato, da verdade, como nos tempos de repórter.

O que ouvi, após alguns telefonemas, foram depoimentos que demonstravam perplexidade. Primeiro, pelo fato de o Flamengo ter dado, durante estes dois anos e um mês, apoio total e irrestrito ao seu funcionário. Depois, pelo fato de um pronunciamento público passado tanto tempo do ocorrido e, o mais grave: quem esteve com Benedito, momentos após a tragédia, quando do depoimento na delegacia, ouviu com clareza que o auxiliar de segurança mencionou ter utilizado os extintores para combater o fogo. Esta  mesma pessoa questiona o fato de que, se tivesse ocorrido falha nos extintores, como Benedito iria esquecer de mencionar, sendo tão importante?

Aliás, além da comoção natural do entrevistado, o relevante, a “novidade” apresentada na matéria, foi exatamente o fato denunciado de que os extintores falharam. Denúncia esta que fere o depoimento de Benedito na delegacia, momentos após a tragédia.

Em síntese, os funcionários do clube com quem conversei consideram o depoimento estranho e atemporal.

Com todo respeito e, sempre com o coração partido pelos nossos meninos do Ninho, eu também…