Alexandre Vidal/Flamengo

O amanhã preocupante

Casualmente, estive por um tempinho com a dupla peso pesado rubro-negra, Bap e Carlos Peixoto.

Claro que, como o tempo era curto – eles estavam saindo e eu chegando ao restaurante – após cumprimentar, já mandei a primeira e única pergunta: E o Gerson, vai ou fica?

Bap aproveitou a minha curiosidade para uma perfeita dissertação sobre o momento do futebol brasileiro.

Para começar, esta história de que o Olympique chegaria a 25 milhões de euros é conversa fiada. Até agora e, pelo jeito, não haverá nenhuma grande modificação no número final que, não passará de 20 milhões. O Flamengo comprou por 11 e já pagou 6. Portanto, o líquido rubro-negro em caso de venda pode ajudar neste momento de crise, porém, não resolve a vida.

Há um outro tema importante. Em função do calendário, o Flamengo já colocou que não pode entregar Gerson de imediato, o que bate de frente com o interesse do clube francês. Se não me falha a memória, havendo o acerto financeiro, o Flamengo somente liberaria Gerson em julho.

Na pauta, se isto ocorrer, está a compra em definitivo de Thiago Maia e, mais umas duas boas “pescarias…”.

Dependendo da confirmação de Copa América, Eliminatórias e Seleção Olímpica, o Flamengo poderá jogar desfalcado de até seis jogadores, durante mais de uma dúzia de rodadas do Brasileiro. Isto sem falar em Libertadores e Copa do Brasil.

Como Sampaoli quer Gerson de qualquer maneira, acho que o Olympique irá entubar o prazo de recebimento do jogador. Gerson, a meu conceito, é o melhor armador brasileiro. E, quando digo “brasileiro”, estou colocando no pacote, inclusive, os nossos que jogam no exterior.

Embora o elenco continue consistente, o time perderá muita força na criatividade. Enfim, só nos resta aguardar e torcer para Gerson não ir.

Na correria da despedida, com os carros no meio da rua, ainda ouvi a justa reclamação de que, pela cessão de tantos jogadores para diferentes competições da seleção, o Flamengo não receba um único centavo.

Embora não pareça, é dura a vida de dirigente. Principalmente do Flamengo, em que o patamar da responsabilidade é batendo no céu.