André Durão

Pensão da Cremilda

Flamengo 3 x 2 Santos

Na Rádio Globo, aos domingos, após cada final de jogo, bombava o programa “Bola de Fogo”, que na realidade era o pós jogo, com os comentaristas em estúdio improvisado na sala de imprensa, que ficava entre os dois vestiários do antigo Maracanã.
Entre os comentaristas, Áureo Ameno, que batizei de talento em preto e branco, pois o genial Áureo era um vascaíno alucinado. Ali elegíamos o melhor jogador da partida que, como prêmio, ganhava o direito de ir namorar, com todas as mordomias, na suíte Champion, famoso motel situado na Avenida Brasil. O pior em campo, em contrapartida, ganhava o passaporte para frequentar a pensão da Cremilda…
Na criação de Áureo Ameno, aponto o juiz de Flamengo e Santos, Andre Luiz de Freitas Castro, levando com ele os árbitros do VAR, para que lá façam um intensivo de arbitragem…
Duas barbaridades. O esdrúxulo lance do pênalti não marcado a favor do Santos que, na sequência, redundou no gol de letra de Pedro. Que coisa ridícula!!!
E não ficou nisso. Que absurdo o cartão amarelo para Marinho, por comemorar seu lindo gol levantando a bandeira do Flamengo, cravada na marcação do corner. Arbitragem horrível, com sensibilidade nota zero.

O jogo acabou sendo muito bom. Felizmente, deu tudo certo, pois além de vencer a partida, não houve qualquer jogador lesionado. Aliás, a bem verdade, a preocupação maior que o resultado era no sentido de que nenhum jogador importante se contundisse.
Como “certo é o que dá certo”, a estratégia de Dorival Júnior foi bem-sucedida. Deu tão certo que Arrascaeta, que inspirava cuidados, acabou entrando e metendo um golaço.

Por seu turno, nosso adversário na final da Libertadores levou uma sapecada do Palmeiras. Antes da decisão continental, duas derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro.
Se partirmos da premissa de que confiança é quase tudo no futebol, somada à qualidade técnica, infinitamente superior do Flamengo, talvez seja esta decisão de Copa Libertadores, entre todas já disputadas, a que tenha um favorito tão flagrante.
Embora esta verdade seja cristalina, é bom não esquecer que estamos falando de futebol, onde as sandálias da humildade são fundamentais em qualquer decisão.