André Durão / GE

Manhã para esquecer

Flamengo 0 x 2 Botafogo

Tudo bem que o calor estava e, continua, infernal. Aliás, a CBF não aprende. Como é que em um país tropical, em uma cidade onde 40 graus é rotina, os “gênios” que arquitetam o Campeonato Brasileiro não entenderam que, jogo às 11 da manhã no Rio de Janeiro, só pode ser programado para os meses de junho, julho e agosto. Maldade, irresponsabilidade, com jogadores e torcedores.

Até aí, tudo bem. O que não pode, mesmo que o jogo fosse disputado no inferno, é perder de 2 a 0 para o Botafogo.
Meu amigo Radamés Lattari vem observando e chamando a atenção para o fato de que, em todo corner defensivo, o time inteiro do Flamengo fica dentro da grande área. É aquele tal negócio: cobertor curto. Todos dentro da área significa dizer que não haverá ninguém na sobra. E assim surgiu o primeiro gol do Botafogo. Será que é pedir muito, ao menos, um jogador na sobra.

O segundo gol do Botafogo ocorreu com os dois times muito modificados em função de um monte de alterações.
No Flamengo, hoje confuso e desarrumado, nenhum destaque. Talvez, um pouquinho de De la Cruz no primeiro tempo.
Luiz Araújo, para compor o elenco, tudo bem. Daí a ser titular são outros quinhentos…
Melhor retornar com Gerson. O meio de campo ficará mais robusto e, consequentemente, o time mais equilibrado.
Enfim, resultado que ninguém esperava. Três pontos jogados fora.

Termino com um recado para Tite, que nada tem a ver com a derrota para o Botafogo.

Tema:  A ciência e o que importa para o Flamengo.

Alô Tite!!!

Quem acompanha o blog tem a noção exata de que considero você um profissional – para o mercado brasileiro – fora da curva. As suas inúmeras conquistas atestam a sua competência.
Atrevo-me daqui a lhe dar um toque, até porque, o seu acerto representa a minha alegria e a de milhões de torcedores do Flamengo.

Seguinte: nada tenho contra a ciência. Sou anti negacionista. Ciência é regra, porém, as exceções existem e não podem ser ignoradas.
Feijoada todo dia não pode fazer bem, porém, uma vez ou outra, nenhum problema.
No futebol isto também funciona. Atender a ciência, sim. Porém, quando o jogo for de suma importância, como por exemplo contra o Palmeiras, jogo de seis pontos, dane-se a ciência. A importância da partida pede o sacrifício.
Em síntese, equilíbrio e sensibilidade são, absolutamente, fundamentais para um final feliz. Na vida e no futebol.

De longe, fica a sensação de que nossa turma que compõe o departamento de futebol precisa conversar mais. Há decisões que vão além do comando do treinador. São institucionais e, como tal, dizem respeito a quem responde, não pelo time, e sim, pelo clube.
Boa sorte e juízo…